O 4 de Fevereiro e o início da luta armada em Angola
Por: Victória Pinto
Celebra-se hoje, 4 de Fevereiro de 2020, o 59º aniversário do Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional.
A 4 de Fevereiro de 1961, patriotas angolanos munidos de catanas e poucas armas de fogo, com o intuito de libertar os políticos injustamente encarcerados, desencadearam um ataque à Cadeia de São Paulo e à Casa de Reclusão, em Luanda, dando início à Luta Armada. Esta luta culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Escritores como Luandino Vieira, António Jacinto, Jofre Rocha, Manuel Pedro Pacavira, António Cardoso e outros, nos calabouços não deixavam de escrever. Desta feita, Agostinho Neto, preso na Cadeia de Aljube, em Lisboa escreve os poemas intitulados “Depressa” e “Luta”, datados entre Agosto e Setembro de 1960, respectivamente. Ambas criações vão coincidir com o que vai acontecer na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961.
Segundo dados, terão se destacado na acção, entre outros, os nacionalistas Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Neves Bendinha (já falecidos).
Estes ajudaram a coordenar o assalto, cujos preparativos se iniciaram em Outubro de 1960. A arrojada acção tinha por objectivo libertar os presos políticos angolanos que se encontravam encarcerados nas cadeias visadas, acusados pelas autoridades coloniais de actividades subversivas.
Os participantes no ataque foram treinados sobre questões mais práticas, como manejar os instrumentos que seriam utilizados, principalmente catanas, ou desarmar uma sentinela, segundo relatos das testemunhas.
As informações disponíveis revelam que os treinos decorriam à noite, na zona de Cacuaco, arredores de Luanda, e quando começaram a recear infiltrações de indivíduos ligados à Polícia Política Portuguesa mudou-se para o Cazenga.
Neste último local foi erguido um monumento denominado “Marco Histórico do 4 de Fevereiro”, inaugurado à 19 de Setembro de 2005, em homenagem aos heróis tombados pela causa da independência.
Países como Argélia e Marrocos não só enviaram toneladas de munições e armamentos, sem os quais não se fazia guerrilha, bem como proporcionaram o treinamento dos guerrilheiros em seus solos. Isso permitiu ainda mais a expansão do reconhecimento da causa, aos países da Europa e América, a medida que a guerra pela liberdade continuava.
À 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto, ao proclamar a independência de Angola rendia assim homenagem, aos heróis do 4 de Fevereiro tombados, pela justa causa do povo angolano.
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