Notícias de Angola – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enalteceu segunda-feira, a figura de Nelson Mandela como um “colosso de coragem e convicção, um líder de grandes feitos e de uma humanidade extraordinária”.
Por: Mateus Sorte
Por ocasião do Dia Internacional de Nelson Mandela, que se assinala hoje, desde 2010, o responsável realçou que ao se comemorar a vida e o legado de “Madiba”, “ deixemo-nos inspirar pelo seu espírito de humanidade, de dignidade e de justiça”.
“Um gigante do nosso tempo”, considera o secretário-geral da ONU e afirma que o legado do ex-presidente da África do Sul, será “melhor” honrado com acções para afastar o racismo, discriminação e o ódio.
Num vídeo das Nações Unidas, o líder mundial apontou ainda o agir em prol da igualdade, dos direitos humanos e da justiça como caminhos à honra da memória de Nelson Mandela.
Considerando a crise climática destruidora da vida daqueles que menos fizeram para a provocar, António Guterres considera o sistema financeiro internacional “injusto e desactualizado” por “não cumprir a sua função enquanto rede de segurança global”.
Apelou o apoio às mulheres, aos jovens e aos agentes de mudanças de todo o mundo com vista à construção de um “mundo melhor”.
O Dia Internacional de Nelson Mandela foi instituído pela ONU em Novembro de 2009, em homenagem ao legado de Mandela, defensor dos direitos humanos e consagrado pela luta da garantia da justiça, igualdade social, política e económica das pessoas negras.
O consenso de 192 países membros da ONU levou à aprovação da Resolução A/RES/64/13, que tornou possível o reconhecimento da efeméride, que só em 2010 viria a ser celebrada pela primeira vez.
Desde então, o dia Internacional de Nelson Mandela é celebrado anualmente em todo mundo à 18 de Julho, uma homenagem a um dos mais notáveis filhos de África e impulsionador da democracia e de relações inter-raciais equilibradas.
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu a 18 de Julho de 1918, em Mvezo, África do Sul, e faleceu a 5 de Dezembro de 2013, em Johannesburgo, aos 95 anos.
Foi advogado, activista e o primeiro negro a chegar à presidência sul-africana por via de eleições expressas e claramente democráticas após 26 anos preso. Antes disso, chegou a ser condenado, em 1964, à prisão perpétua.
Em 1990, depois de uma grande pressão internacional, Nelson Mandela viria a ser libertado a 11 de Fevereiro de 1990, por orientação de Frederik de Klerk, na altura, Presidente da África do Sul.
Recebeu o Prémio Nobel da Paz, em Dezembro de 1993. Na base disso, esteve a luta empreendida contra o regime de segregação racial (apartheid) e uma busca pelos direitos civis e humanos.
Após longas negociações, Mandela inaugurou a realização de eleições multirraciais, em abril de 1994. O seu partido venceu. Mandela era eleito Presidente da África do Sul e finalmente, com maioria parlamentar, acaba com o longo período de opressão com a aprovação de importantes leis anti-racismo.
Mandela governou até 1999. Sete anos depois, em 2006, é premiado pela Amnistia Internacional. Estes e outros feitos valeram-lhe, entre outras distinções.
Dedicou-se durante 67 anos à luta pela paz e pelos direitos humanos.