O país cabe aqui.

Angola recebe quatro comboios turísticos de luxos entre 2020 e 2021

O primeiro comboio turístico com destino a Angola sequer chegou, desde que “zarpou” de Dar Es Salaam (Tanzânia) a 14 de Julho, e já o país tem mais quatro comboios de luxo confirmados entre 2020 e 2021, um dos quais fretado por um operador neozelandês/australiano, soube hoje a Angop.

Num momento em que Angola prepara-se para receber o primeiro comboio turístico da Rovos Rail, um operador da África do Sul, o qual entrará por Luau, na fronteira, a 26 de Julho, com meia centena de turistas, entre sul-africanos, norte-americanos, ingleses, suíços, holandeses, australianos e neozelandeses, Rebeca Barreiros, coordenadora do escritório da Benguela Turismo/Alive Travel, revelou à Angop que o país começa a estar na rota dos destinos para este segmento.

Adiantou que, entre 2020 e 2021, já estão confirmadas quatro viagens de comboios turísticos para o trajecto, com partida em Dar Es Salaam, passando pela Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC), tendo como destino final a cidade do Lobito, na província de Benguela.

“Neste período, em 2020, são dois comboios, um a chegar e outro a partir. E 2021 a mesma situação”, acrescentou a também técnica de turismo, garantindo que, neste momento, tem confirmação imediata com pedidos de reserva para as quatro partidas.

Acérrima defensora do turismo interno, a representante da Benguela Turismo chega mesmo a afirmar que uma das partidas de 2021 já está totalmente vendida a um operador turístico neozelandês/australiano, o que coloca Angola no mapa do turismo internacional nos próximos anos.

Daí que Rebeca Barreiros ressalte o interesse dos operadores turísticos em trazer mais turistas a bordo de comboios, os quais já estudam outros trajectos para o futuro, que poderão, assim, ser incluídos na linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) e conciliar com outros destinos africanos.

A responsável exaltou que é um produto turístico inédito em Angola, fruto do trabalho que a Benguela Turismo e o operador sul-africano Rovos Rail têm vindo a desenvolver desde 2015, mas também é o reflexo, da facilidade, cada vez mais, para obtenção de vistos de entrada para Angola por parte dos turistas, através da plataforma online do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME).

“Esta facilidade de tirar este visto online faz com que haja uma vontade muito grande por parte de turistas em visitar o nosso país”, acredita a interlocutora, num tom marcadamente optimista quanto à notoriedade que este novo segmento poderá trazer ao país, estimulando maior aposta na qualidade da oferta turística e hoteleira.

É momento do turismo em Angola

Para que o turismo aconteça em Angola, Rebeca Barreiros defende que é preciso melhorar as infra-estruturas da hotelaria e dos pontos turísticos, muitos dos quais inactivos, incluindo parques nacionais, já que, a seu ver, a situação dos vistos deixou de ser um entrave para os turistas que queiram visitar o país.

Reforçando a ideia de que as empresas públicas e privadas têm de trabalhar nesta senda, a gestora elenca outras condicionantes no caminho do turismo interno em Angola, como o preço dos bilhetes das companhias aéreas e o custo dos hotéis, embora nesta última reconheça, porém, uma ligeira baixa de preços devido à desvalorização da moeda nacional – o Kwanza.

Isso mesmo fez com a coordenadora do escritório da Benguela Turismo tenha considerado que neste momento já é muito mais barato visitar Angola para quem vem de fora.

“Ajudamos naquilo que podemos: trazer turistas e alertar para as melhorias do sector, mas há um trabalho muito longo”, como refere. E faz questão de afirmar que tornar Angola um destino turístico capaz de responder às necessidades e exigências é um desafio de todos, para que o país venha a estar no patamar, por exemplo, do Quénia e da África do Sul, com progressos notáveis no turismo interno.

“Estamos a trabalhar em conjunto com várias entidades públicas para que as coisas corram bem e que Angola seja bem vista”, salienta, destacando o apoio do Ministério do Turismo, do Serviço de Migração e Estrangeiros, da Polícia Nacional, do Ministério do Saúde, entre outros.

E a expectativa, diz, é a de que a chegada do comboio de luxo seja o primeiro passo para que o turismo em Angola se desenvolva de forma muito mais acelerada.

Rebeca olha “com um sorriso” para a vinda ao país de comboios turísticos como uma alavanca. E vaticina: “Quem sair daqui, depois vai falar aos operadores do seu país que afinal Angola é um país seguro, onde se pode andar, conhecer vários tipos de paisagens, e não aquela imagem negativa de tantos anos”.

“Se não aproveitarmos o que de melhor temos, efectivamente Angola não se desenvolverá”, alerta, lembrando que o turismo é a economia da paz.

Quando ainda faltam sete dias de viagem para atingir o Luau, na fronteira de Angola, com a RDC, e doze dias até ao Lobito, seu destino final, o comboio de luxo da Rovos Rail está já no centro das atenções na província de Benguela.

Ao chegar ao Luau, na fronteira, no próximo dia 26 de Julho, vindo de Dar Es Salaam, com escalas na Zâmbia e República Democrática do Congo, o comboio deverá percorrer ainda 1334 quilómetros na linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) em direcção ao Lobito, onde ficará estacionado de 30 de Julho a 02 de Agosto, data do seu regresso à Tanzânia.

Para embarcar nesta “aventura épica” a bordo do luxuoso comboio da Rovos Rail, os turistas gastaram, cada um, 20 mil dólares norte-americanos, e Usd 25 mil para duas pessoas.

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