Angola e Alemanha promovem cooperação no campo do Hidrogénio Verde

Angola colheu na quinta-feira (12), em luanda, o primeiro Simpósio sobre Hidrogénio Verde, um evento que pretendeu oferecer uma visão geral das perspectivas para o hidrogénio verde e suas implicações para o comércio global de energia e os potenciais de cooperação entre a Alemanha e Angola.

Por: Dorivaldo Caetano

O Simpósio, que decorreu de forma presencial e online, foi presidido pelo Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, que na sua intervenção referiu que o desenvolvimento de novas fontes de energia limpas, ou seja, renováveis, mais sustentáveis, onde se enquadra o “Hidrogénio Verde”, está alinhado com os objectivos da estratégia da transição energética, em execução, sob coordenação do Ministério da Energia e Águas. O Governante afirmou que a cooperação com a Alemanha neste domínio abre grandes oportunidades sobre a produção de conhecimento científico e permitirá a transferência de tecnologia para alavancar a economia em angola.

O Chefe do Gabinete Alemão-Angolano do Hidrogénio, Vandré Spellmeier, na apresentação da iniciativa H2 Diplo – Angola, disse que este é um programa de diplomacia global de Hidrogénio, e que faz parte de uma iniciativa do Ministério Federal Alemão das Relações Exteriores. Actualmente, disse o responsável, existem seis Gabinetes H2 Diplo instalados no mundo, com destaque para Nigéria e Angola, tendo manifestando o seu agrado por Angola ser escolhido como um parceiro para implantar esta iniciativa.

Sabe-se que dentre os principais objectivos deste programa destacam-se o apoio a um diálogo internacional sobre o hidrogénio neutro em carbono, em especial em países exportadores de combustíveis fósseis, como é o caso de Angola; Identificar oportunidades e desafios do Hidrogénio Neutro em carbono para o desenvolvimento económico e no desenvolvimento industrial; Bem como promover intercâmbio sobre as estratégias de descarbonização e a promoção de promoção de H2 neutro.

Com a transição energética em curso ao nível global, desta cooperação, a Alemanha poderá apoiar Angola na transição de combustíveis fósseis, como por exemplo, hidrogénio para exportação ou até mesmo para o consumo local, assim como Angola poderá apoiar Alemanha a cumprir com os seus objectivos de descarbonização pela utilização de hidrogénio como fontes de energias renováveis, salientou Vandré Spellmeier, Chefe do Gabinete Alemão-Angolano do Hidrogénio.

A H2 Diplo em Angola, embora seja um projecto com um cunho de diplomacia, o objectivo se prende em incentivar o sector privado, por isso estão previstos encontros de trabalhos com os ministérios de tutela das áreas de intervenção, produção de documentos estratégicos e estudos, bem como eventos de diálogo público, referiu o Chefe do Gabinete Alemão-Angolano do Hidrogénio.

O encontro contou com as presenças do Ministro da Energia e Água, Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, do Director Geral das Relações Exterior da República da Alemanha, Embaixadores de ambos os países, representantes dos corpos diplomáticos, empresas do sector de recursos minerais, petróleo, energia e água e de parceiros sociais.

Por ocasião do discurso de encerramento, o Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, disse que ao diversificar as fontes de energias em Angola, o Estado angolano, em cooperação com parceiros alemãs incentiva a prosperidade e cria uma base para o crescimento socioeconómico sustentável no futuro.

Na ocasião, tiveram igualmente o uso da palavra, o Ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, o Embaixador da República Federal da Alemanha em Angola, Stefan Traumann, o Director-geral de Política Climática Externa, Economia e Tecnologia, Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Oliver Rentschler, o Especialista Sénior em Economia Internacional de Hidrogénio, Jan Frederik Braun, o perito da Miranda & Associados, Nuno Antunes, o Executivo Sénior do Ministério Federal de Assuntos Económicos e Acção Climática da Alemanha, Kai Ulrich, Jane M. Olwoch, do Centro Científico da África Austral para Mudanças Climáticas e Gestão Adaptativa da Terra (SSASCAL), Centro de Coordenação H2-Atlas-África para a SADC, entre outras individualidades que prestigiaram o painel de discussão, num evento promovido pela Delegação da Indústria e Comércio Alemão em Angola e o Gabinete Alemão-Angolano do Hidrogénio.

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