Agora, é a hora da decisão corajosa, com a cabeça e sem coração para melhoria das condições sociais em Angola

Sr. Presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço!

Por: Gabriel Díssel

O significado de MPLA tem como matriz “Movimento Popular de Libertação de Angola”, que desde o seu surgimento sempre procurou ter dependência nas suas conquistas, o apoio incondicional do “Povo” e foi sempre assim nas lutas coloniais, para que hoje Angola, fosse reconhecida em África e no mundo como um Estado Soberano e de Direito Democrático, livre de qualquer tipo de colonização.

O MPLA tem sido o único partido, que desde 1975 após a independência de Angola, tem estado a governar o país, e durante esses anos teve a primazia de ganhar todos pleitos eleitorais, começando desde 1992 até o ano de 2022, em que pela primeira vez na sua história , houve finalmente, grande equilíbrio, em que teve como surpresa inexplicável, se termos em conta, o número de militantes, derrota na principal praça eleitoral Luanda, também, em províncias consideradas, das que mais sustentam o Orçamento geral do Estado, vulgo “OGE”, tais como, Cabinda, Zaire e as Lundas Norte e Sul , essas duas últimas, com grande equilíbrio, o que era impensável no passado, deixando uma alerta, de que não foi por acaso, que está hecatombe aconteceu. Na verdade, mesmo que orgulhosamente, alguns militantes não aceitem e assumam, de facto é dolorosa essas percas , mas há que se reconhecer que , tudo só aconteceu por teimosia das lideranças do MPLA, principalmente, da pessoa do seu presidente que, não prestou atenção dos sinais, ou então seus informantes , o enganavam , de tal maneira, que as enchentes dos comícios da pré-campanha e da própria campanha o iludiu, uma vez que, até mesmo nós, nos perguntamos até ao momento, aonde estavam ou foram os supostos e verdadeiros e fieis militantes?

A que se admitir, que houve com certeza problemas, que se no entanto, se o MPLA quiser continuar a ser governo no próximo pleito eleitoral de 2027, terá que para além de serem humilde em identificar, reconhecer que falharam, chamá-los pelos seus próprios nomes e resolvê-los, porque para além do compromisso partidário, há um maior compromisso, que é de “nação”, o compromisso com o Estado e país, o que são matrizes, completamente, diferentes.

Se o MPLA é o povo e este o inverso, primeiramente, independentemente, das derrocadas que teve nas províncias já mencionadas, ainda assim, teve uma outra parte desse povo, que procurou dar o beneficio das duvidas e assim, optou pela continuidade, deixando seu orgulho de lado e confiar, mesmo com muitos problemas sociais e económicos que Angola, tem vindo a viver, principalmente desde 2019, quando o mundo declarou a presença da COVID-19, considerando-a como uma “pandemia mundial”, que também, contribuiu com o principio das desgraças do MPLA, o que deve levar, a reflectir melhor seus problemas e retifica-los, uma vez que, não é normal na medida que tem vindo a se registar desde os pleitos de 2012 a 2022 um decréscimo na ordem de  10% .

Durante todo processo de campanha do MPLA era notório e visível, pelo menos nos actos de massa que nenhum outro partido, teve os mesmos números de militantes, comparativamente, mas por incrível que se passou não foi exactamente, o que aconteceu na hora e momento das eleições.  Na verdade, houve muitas abstenções e resistência ao voto a desfavor ao partido de governação, por vários motivos, que passam, desde a intimidação nas Redes Sociais, bem trabalhada, pela oposição que criou um pânico e medo à muita pessoa, que temiam ser agredidas e intimidadas, principalmente, com a estratégia de Adalberto da Costa Júnior, com o slogan, “votou sentou”, o que temiam que fossem linchadas por votarem no MPLA, tanto que havia pessoas que na via pública diziam é melhor não votar na continuidade, o que permitiu, também, com que muitos dirigentes e seus filhos, abandonassem o país, com medo de represália, caso perdesse, o que demonstra quem são os verdadeiros militantes, tanto que, não foi ao acaso que o próprio Secretário para Informação e Propaganda, o Sr. Rui Falcão , afirmou a quando da primeira entrevista, após, a segunda atualização dos resultados provisórios e anúncio dos resultados finais por parte da CNE, foi directo em afirmar que a derrota em Luanda, foi mais por culpa do partido, porque havia muitas abstenções dentro do partido e que era momento de se fazer uma forte reflexão, para se identificar os possíveis problemas que estiveram na base daquela situação; É importante também salientar que, houve abstenção de militantes dos CAP´s , porque, enquanto, a superestrutura do Partido deu condições para que na pré-campanhas, bem como a própria campanhas eleitorais e pós eleitoral, não tivessem problemas há CAP´s em que os responsáveis máximo, no caso os 1º e 2º Secretários, não souberam fazer o trabalho de casa e desvalorizaram a massa militantes que em alguns casos, nem sequer  tinha lanches suficientes e outras…, beneficiando-se das condições dadas e relegando os restantes, o que foi um grande erro, também,  era visível  nos panfletos nos carros dos taxistas, motoqueiros (Kumpapatas), lotadores, o desagrado, pelos inúmeros problemas sociais  que vivem e sobretudo, a má governação política, a má gestão do erário público, a falta de oportunidade equitativa para maioria da população, a má qualidade de atendimento e serviços dos hospitais, a falta de transparência nos concursos públicos, a falta de infraestruturas com qualidade, que facilitem o escoamento dos produtos do campo, enfim, tanto que , para muitos dos jovens era mais fácil votar na alternância e não ao MPLA, porque já não dava mais confiança, pelas constantes falhas e persistências.  Assim, após varias reflexões feitas não resta menos, se não passar essa responsabilidade, principalmente ao agora reeleito, presidente João Manuel Gonçalves Lourenço e ao seu MPLA, que as dificuldades que tiveram no dia 24 de Agosto de 2022, sirva de facto e com facto de exemplo, para que mudem com verdade, de postura para com o povo que dizem sempre, que o MPLA é o povo e o povo é o MPLA, caso esse slogan não seja uma miragem nem muito menos utopia, solicito-vos, a terem  desta vez, Decisão corajosa, com a Cabeça e sem Coração para melhoria das Condições Sociais em Angola.

Ao MPLA vai um conselho amigo e pacificador, ganharam sim, assim como seu cabeça de lista, mas devem saber, que a partir do momento que o entregaram para o povo, o Sr. Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, sempre que falar em nome do povo angolano, seja em Angola e no Exterior, é e será em nome do povo angolano, pelo que o deixem, fazer o trabalho de presidente de Angola.

As vezes na vida, encontramo-nos em alguns desafios dificílimos de serem resolvidos, em que a solução, tem de necessariamente, nos levar a tomar decisões corajosa, com cabeça e sem coração, para que tenhamos os melhores resultados, isso porque, “quando metemos o coração a frente de qualquer decisão em que temos poucas opções, certamente, erraremos , mas quando a cabeça deixa a mente pensar, resultam sempre nas melhores soluções, independentemente, das áreas de intervenção, pois os sentimentos, emocionais, normalmente, quando sobrepõe a liderança, leva sempre qualquer líder ao precipício, por mais expert, que seja”.

Qual quer líder deve governar com a mente e não com o coração. Qualquer líder deve governar sem assumir compromisso de compadres, pois, quem puder merecer, deverá sê-lo, mas por meritocracia.

O verdadeiro líder de um povo prefere sofrer com o povo, para ter suporte do povo.

Espero que, depois do pleito eleitoral, que graças as próprias politicas de reformas e empregues, com coragem e risco grande pela audácia e ousadia  do presidente  reeleito, o cidadão João Manuel Gonçalves Lourenço, o povo teve bom senso, porque  felizmente é natureza do povo angolano, reconhecer quem o faz bem, mas também, age quando necessário e creio que Angola, nunca mais voltará a ser a mesma, graças à Deus, há claramente, um despertar das consciências e conhecimentos, porque se fosse só pelo MPLA, com certeza essa longevidade estaria no seu fim. Esse pleito é um recado para o Sr. Presidente de todos angolanos e ao MPLA, pelo que estou ansioso qual será a vossa audácia e como farão para convencer a maioria da população, principalmente, a juventude. Estou curioso para saber se vão conseguir, haver vamos, porque se não, será muitíssimo difícil a continuação no próximo pleito, no entanto, gostaria de terminar esse artigo, deixando algumas sugestões e soluções.

 Sugestões e soluções:

  1. Mudança urgente da equipa económica.
  2. Nomeação da equipa económica mesclada, entre mais velhos e jovens, com destaque para gestores principais, no caso, os mais-velhos e com experiências comprovadas.
  3. Nomeação e inclusão nos cargos de chefia do país, com inclusão de outros actores da sociedade, que não sejam necessariamente do partido político MPLA, tais como professores universitários, empresários e comerciantes.
  4. Procurar no curto prazo, demonstrar a sociedade mudanças substanciais em sectores de energia, água, saúde e profissional para e principalmente, da juventude e sua respetiva inclusão no mercado de trabalho.
  5. Procurar no curto à medio prazo, fiscalizar incessantemente, todas áreas comerciais, de maneira a que não haja facilitismo de subversão inexplicáveis do aumento do preço da cesta básica.
  6. Construção a curto prazo de infraestruturas com qualidade, que facilitem o escoamento dos produtos do campo ao centro, com pontos focais onde se pode comprar facilmente.
  7. Definir corajosamente, o preço dos produtos básicos, independentemente, de sua proveniência e penalizar os prevaricadores, principalmente, os agentes de supervisão económica em caso, de facilitismo.

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