O verdadeiro Legado de José Eduardo dos Santos sem Hipocrisias
Por: Gabriel Díssel
José Eduardo dos Santos, governou durante 38 anos após a morte do 1ª presidente Dr. António Agostinho Neto, em 10 de setembro de 1979, em Moscovo, e eleito a 20 de setembro pelo MPLA como novo Presidente, num momento difícil e complicado de Angola, primeiro porque, acabara de conquistar sua autodeterminação da colonização portuguesa, segundo era um país novo na altura, que se libertara de um jugo desigual, desenfreado, maléfico colonial, numa altura, também, da sua juventude, uma vez que, por mais que se esconda da verdade, houve uma grande pressão ideológica e com imposições extremas, tanto, da URSS e os EUA, de acordo com suas pretensões de hegemonia ideológica, que alimentavam seus grupos de movimentos políticos de libertação contra a opressão colonial e enraização territorial, no caso o MPLA e a UNITA, sem nos esquecermos, que havia por outro lado, interesses de exploração económica, num Mundo dividido e de confronto entre os blocos comunistas e liberais numa “Guerra Quente” e com palco exactamente, por ironia do mal destino, em Angola.
Por outro lado, havia, outros intervenientes, no nosso conflito interno, como a África do Sul, vestida do regime do Apartheid, que queria implementação do mesmo em vários territórios, cujos principais movimentos era de dissidência do comunismo e demonstração de sua hegemonia africana, assim como, outro temível exército do ditador do zaire (atual República Democrática do Congo) entre 1965 e 1997, Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga, que apoiaram declarativamente a UNITA na tentativa de que fosse esse movimento, a dirigir o destino de Angola, após independencia.
Sem esquecer de mencionar, a Batalha de Cuíto Cuanavale, na província de Cuando-Cubango, ocorrido entre 15 de novembro de 1987 e 23 de março de 1988, onde se confrontaram os exércitos de Angola (FAPLA) e Cuba (FAR) contra a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e o exército sul-africano, a qual foi a batalha mais prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra Mundial, bem como, a segunda maior batalha de terreno do século XX, superada, simplesmente, pela Batalha de Kursk que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial entre as forças da Alemanha Nazista e da União Soviética na Frente Oriental), entre julho e agosto de 1943.
Na verdade, as grandes potencias mundiais nunca queriam que um dia Angola tivesse paz, pois a grande intenção sempre foi a intenção da continuação da guerra para a facilitação de vendas de armas durante os períodos de conflitos armado e exploração dos recursos económicos (Minerais e naturais, principalmente) , entre o Governo reconhecido internacionalmente, governado, pelo partido MPLA de ideologia socialista e UNITA de ideologia capitalista, visto na altura como movimento rebelde, considerado pela “Comunidade internacional”, embora, como maquiavelismo, e esses foram dos principais motivos para que o conflito armado demorasse, tanto que, alcançamos a paz sem a intervenção directa da comunidade internacional, tudo e sempre na liderança de José Eduardo dos Santos.
Parece simples, retratar de Angola quando se fala de país livre, independente e com paz ausente de conflitos armados, é como se de um conto ou novela, ou ainda, filme estivéssemos a apreciar, mas principalmente para quem esteve directamente, ligado nesse conflito, ou pelo menos, viu pessoas a morrerem, a serem perseguidos, acusados (de pertencerem nesse, ou naquele grupo partidários), separados (em que zonas etnolinguísticas de Angola, não era permissível terem relações amorosas e de afinidades).
Parece simples , retratar de Angola nestes moldes, mas por mais que haja alguns rancoristas e o que é normal, pelo agudizar de sua últimas gestão, também, por conta dele (JES) pensar muito nos seus e sua família, contudo, não seria justo nem verdade, pensarmos esses momentos, sem falarmos dos sucessos sucessivos, que os angolanos tinham, tanto, em Angola, quanto, além fronteiras, com exibicionismo de sermos parte da terra do show (Angola), em que esbanjávamos dinheiro como se fôssemos o povo mais ricos do mundo, em que viajávamos onde quiséssemos, em que cada um de nós aproveitávamo-nos do país que tínhamos, para vivermos e fazermos muitos Business, que para além, de significar negócios, também, era de no aproveitar que estava o ganho, tiravamos, aproveitavamos, levavamos, mesmo algo que não era nosso, tanto, nas instituições do Estado, quanto, nos privados. É preciso, recordar as nossas mentes dormentes, que quem governou, nesse tempo era José Eduardo dos Santos, que fora um grande presidente naquela altura na Boca e pensamento de todos, o que não se pode esquecer que também, foi Este (JES) que estabeleceu o caminho, para que não só tivessemos essa paz, que perdura, até nos dias de hoje como contribuiu e influenciou positivamente, para que a maioria dos países da África Autral, seguissem o mesmo caminho com a ausência de regimes ditatorial, como o término do regime do Apartheid na África do Sul e sua independência, tanto, quanto, a sequente libertação de Nelson Mandela, a independência da Namíbia, bem como, uma forte influência, no caso, para que a Rodésia do Sul, actual Zimbabwe, alcançasse sua auto-determinação e se firmasse, como um Estado.
Nesse período de abastância de Angola e dos angolanos, pela primeira vez em África e com poucas comparações no mundo, mesmo em relação aos países mais desenvolvidos, que, gostariam compreender o que se passava, para tamanho sucessos, com construções impossiveis em pouco tempo, como centralidades, infraestruturas aeroportuárias, rodoviarias, ferroviarias, portuárias e com um indíce de desenvovimento, também incomparável após término da Guerra, nas quais era visível nos olhos do mundo, que não podemos negar, mas sei que sabes do que falo nestas escritas.
Então, não há como nem puder ressaltar a pessoa de “José Eduardo dos Santos”, enquanto, presidente e líder de Angola.
Falhas não posso mentir nem esconder que não houve, mas esquecer que quer directa, ou indirectamente, todos nós nos beneficiamos da gestão de José Eduardo dos Santos, é ser o mais maldoso, maquiavélico, e desumano que uma pessoa poderia ser, dai o meu tributo e a demonstração do “verdadeiro Legado de José Eduardo dos Santos sem Hipocrisias”. Pelo que, independentemente, do que houve, é necessário, valorizá-lo e exaltar tudo que fez por Angola e os angolanos; voltarmos na nossa essência, o perdão e o amor, a convivência pacífica e nada de amargura nos corações.
Como Ele “José Eduardo dos Santos) mesmo fez na avaliação durante o discurso de abertura do VII Congresso Ordinário do MPLA em 2016, quando dizia:
Este é um momento crucial para o país. A actual situação económica e financeira do país colocam-nos grandes desafios. Devemos olhar para trás e analisar o que fizemos. É necessário o sentido de crítica e autocrítica para constatarmos o que não foi bem feito. Os erros deverão ficar no passado e servir de critério para corrigirmos o presente e projectarmos o futuro. O qual terminou, fazendo recurso a uma máxima popular, “só não erra quem não trabalha”.
Gabriel Díssel, é professor na Universidade Privada de Angola. É especialista em Relações Internacionais e mestre em Governação e Gestão Pública pela UAN.
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