Silvio Berlusconi, uma das figuras mais polêmicas e ao mesmo tempo mais populares da Itália, protagonista de inúmeros judiciários e políticos, retorna ao centro da política italiana, aos 81 anos, como o grande “ressuscitado”, para dar nova vida à direita italiana.
Matteo Renzi, líder do Partido Democrático e principal rival nessa campanha política, chegou declarar que Silvio, “Tem mais vidas do que um gato”. O magnata, um “self-made man” que chegou a ser uma das maiores da Europa, ressurgiu com o cabelo tingido e o rosto repaginado, após várias cirurgias plásticas, liftings e retoques.
O antigo Cavaliere, cuja morte política foi várias vezes decretada, deixou para trás os escândalos sexuais e na Justiça protagonizados desde que foi primeiro-ministro em 1994 e, agora, apresenta-se como o salvador da pátria, bom e sábio, o homem da estabilidade, um árbitro com experiência para guiar o país “da sombra”.
Com sua ressurreição, Berlusconi aspira a manobrar tanto a economia quanto a política, salvar seu império financeiro em crise e impedir a vitória da sigla antissistema Movimento Cinco Estrelas, “uma seita”, como ele chamou entre os grandes favoritos, explicou à imprensa o também cientista político Massimo Cacciari.
Apesar da idade e dos problemas de saúde após uma delicada operação ao coração, Berlusconi quer ser o pai fundador de uma federação de centro direita, que una desde os defensores dos animais até seus aliados da Liga Norte, a legenda mais xenófoba da Itália e os Irmãos da Itália, neofascista.
O líder conservador, que esteve no poder de 2001 a 2011, com uma interrupção de dois anos entre 2006 e 2008, sabe chegar à alma do italiano médio, ao qual prometeu um salário de 1.000 euros por mês e a expulsão de 600 mil imigrantes em situação ilegal.
Com um estilo caracterizado por ataques a seus inimigos e um ardoroso anticomunismo, Berlusconi se viu obrigado a renunciar ao cargo de premiê em novembro de 2011, desacreditado por uma crise econômica que colocou a Itália à beira de um resgate internacional.