Presidente do Burkina-Faso não resiste a golpe militar e demite-se

Fonte: DW

Roch Kaboré, Presidente da República do Burkina-Faso, demitiu-se nesta terça-feira (25), após a tomada do poder por militares, na sequência de um golpe de Estado realizado no passado domingo.

De acordo com uma carta divulgada pela televisão estatal do país a RTB , Kaboré, de 64 anos, apresentou a sua demissão numa carta dirigida ao tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, que comandou o golpe de estado.

“No interesse da nação, na sequência dos acontecimentos de domingo, decidi demitir-me das minhas funções de Presidente (…), chefe de governo e comandante supremo das Forças Armadas Nacionais.”, escreveu.

A missiva foi divulgada após os militares terem confirmado nesta segunda-feira à noite, através da leitura de dois comunicados na RTB, a tomada do poder e anunciado tanto a dissolução do Governo e do Parlamento, como a suspensão da Constituição.

Em nome do Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração (MPSR), um porta-voz disse que a decisão de derrubar Kaboré foi tomada “com o único objetivo de permitir ao país regressar ao caminho certo e reunir todas as forças para lutar pela sua integridade territorial (…) e soberania”.

Os golpistas também anunciaram o encerramento das fronteiras aéreas e terrestres e o estabelecimento de um recolher obrigatório das 21 às 05 horas em todo o país “até nova ordem”.

Depois do país ter vivido uma situação tensa no domingo após tiros disparados em vários quartéis militares na capital e noutras partes do país, o governo chegou a negar inicialmente ter sido uma tentativa de golpe de Estado e os meios de comunicação locais indicaram que se tratou de um motim para exigir melhorias ao Governo.

Organizações internacionais como a União Europeia, União Africana e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e os EUA, já demonstraram a sua preocupação com os acontecimentos no Burkina-Faso e responsabilizaram as forças armadas pela integridade física do Presidente Kaboré.

Kaboré liderou o Burkina Faso desde 2015, após uma revolta popular que expulsou o então Presidente, Blaise Compaoré, que esteve no poder por quase três décadas.

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