Notícias de Angola – A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, discutiu, esta quinta-feira, com o embaixador da China em Angola, Gong Tao, questões relativas ao reforço da cooperação entre os dois países, com realce para a disponibilidade de aumento de bolsas de estudos para quadros angolanos nas universidades chinesas.
Segundo o comunicado que o Notícia de Angola teve acesso hoje, à saída de uma audiência na Cidade Alta com a Vice-Presidente, o diplomata chinês garantiu o compromisso do seu país continuar a cooperar na formação de quadros angolanos na China e em empresas chinesas que operam em Angola, no sentido de contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do país.
O diplomata chinês, afirmou que Pequim procura fortalecer o intercâmbio para apoiar as políticas do Presidente João Lourenço que visam a diversificação económica e o aumento a produção nacional, desenvolvendo os sectores da indústria, agricultura, pescas, exploração de minerais e turismo, áreas fundamentais à criação de riqueza e de mais postos de trabalho.
Gong Tao prometeu novos investimentos nos diversos domínios, com vantagens recíprocas que contemplem a transferência de conhecimento e tecnologias para a modernização dos serviços.
O diplomata apontou entre os novos investimentos chineses no país os parques tecnológicos da Huawei, em Talatona, e industrial na Barra do Dande (Bengo) que já exporta alguma produção para países vizinhos, tendo informado que depois da pandemia da Covid-2019, empresários chineses retomaram visitas a Angola para explorar a possibilidade de montagem de novas fábricas, visando a transformação de matérias-primas.
No seu entender, a Feira de Comércio e Investimentos China/África, prevista para Julho, será oportuna para a divulgação de uma imagem com a qual se pretende demonstrar que Angola superou a crise e se tornou segura para o investimento chinês.
Cooperação Angola – China
Desde 2007, Angola tornou-se o segundo maior parceiro comercial da China em África, com um volume de negócios que registou, só em 2010, um total de 24,8 mil milhões de dólares norte-americanos.
Dez anos mais tarde, o valor das trocas comerciais com a China ascendeu os 61 por cento, ou seja, para 5,55 mil milhões de dólares. A China é, actualmente, o maior credor de Angola, com base em várias linhas de crédito abertas pelo Governo chinês, através de bancos estatais.
A dívida, paga essencialmente com o valor da venda de petróleo, rondava, até 2019, os 23 mil milhões de dólares. Em 2018, a China aprovou uma nova linha de financiamento de 2 mil milhões de dólares norte-americanos.
Esta parceria assenta-se na igualdade e benefícios mutuamente vantajosos, e pode, também, para além de contribuir para o desenvolvimento dos dois países, ajudar no estabelecimento de uma nova ordem política e económica internacional e promover a democratização das relações internacionais.
Em Angola, a China opera nos mais variados domínios da vida económica e social do país, com forte presença nas áreas de Formação de Quadros, caso da construção e apetrechamento do Centro Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC) e da Academia Diplomática Venâncio de Moura e bolsas de estudos para os jovens angolanos.