Por: Redacção
O Vice-Presidente da república, Bornito de Sousa, orientou nesta sexta-feira em Luanda, a 6ª sessão ordinária nacional multissectorial para salvaguarda do Património Cultural Mundial.
Segundo o comunicado que o Notícias de Angola teve acesso, aponta que a Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial, foi informada sobre o parecer do Centro do Património Mundial (CPM) e o Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS) ao Relatório de Implementação das Recomendações da UNESCO sobre Mbanza Kongo, Património da Humanidade.
Ainda de acordo com o comuinicado, a comissão foi também informada sobre o funcionamento do Conselho Cientifico e do Comité de Gestão Participativa do Centro Histórico de Mbanza Kongo, tendo encorajado a continuidade da prospecção e escavação arqueológica para a classificação de outros sítios de memória ligados ao tráfico de escravos. A respeito, foi dada nota de que os trabalhos arqueológicos estão condicionados à retirada do actual Aeroporto de Mbanza Kongo do Centro Histórico de Mbanza Kongo.
A poucas semanas do 8 de Julho, data de celebração do 4º aniversário da Elevação a Património da Humanidade de Mbanza Kongo – vestígios da capital do antigo Reino do Kongo, a Comissão analisou diferentes perspectivas para a realização do Festival Internacional da Cultura Kongo “Festikongo” 2021, com iniciativas que possam contribuir para a promoção e valorização deste importante marco histórico para Angola e para os países que integraram o antigo Reino do Kongo.
Entretanto, foi feita a recomendação para que sejam feitas todas as diligências no sentido de superar as situações susceptíveis de por em causa o êxito da celebração, com realce para as dividas contraídas pelo Governo da Província do Zaire, com fornecedores de serviços por ocasião do Festikongo em 2019.
Outro tema em destaque durante a 6ª sessão da Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial foi o processo de candidatura do Sítio Histórico da Batalha de Cuito Cuanavale a Património da Humanidade, cujo ponto de situação aponta para a inventariação e classificação em série das zonas da margem do Rio Niamey e da nascente do Rio Chambinga, bem como trabalhos de cartografia, desminagem e elaboração do projecto arqueológico.
Por outro lado, foi apresentado o Relatório de Missão do grupo técnico encarregado de preparar os elementos para a conservação e valorização dos escombros do antigo Palácio da província do Cunene resultantes do bombardeamento das forças do apartheid, no quadro das recomendações da 1ª Reunião Extraordinária da Comissão, realizada a 17 de Novembro de 2020.
Em conjunto com as autoridades locais, o Grupo Técnico procedeu ao levantamento dos lugares de memória ligados à luta contra o Apartheid com vista à sua classificação e à elaboração de um roteiro turístico temático, visando potencializar a rede nacional de monumentos ligados à Luta de Libertação e trabalhar na candidatura do Cuito Cuanavale à Lista do Património Mundial. E prestou informações sobre os “Escombros de Ondjiva”, um importante marco da solidariedade e o auxílio de Angola à luta histórica e transnacional de resistência contra a invasão do então regime segregacionista sul-africano, sendo consensual a sua classificação, respeitando os princípios básicos de preservação e musealização.
O grupo técnico visitou também o Bunker do Naipalala II, os “destroços de um MK3”, caça-bombardeiro da aviação da SADF – South African Defense Forces) abatido em Agosto de 1981, em Omupanda, o Túmulo do Rei Nande ya Hedimbi, que antecedeu Mandume ya Ndemufayo e o Memorial em homenagem aos militares da TGFA no Môngua, construído em 1988-1989 em homenagem às vítimas do ataque de aviação sul-africano em 1987.