Artista angolano e zimbabweano retratam extrativismo em exposição

Notícias de Angola – A exposição intitulada “Memórias de um Rio Envenenado” do artista angolano Kiluanji Kia Henda e do zimbabweano Felix Shumba está montada desde quinta-feira (23), no Museu Nacional de História Natural e no Hotel Globo, em Luanda, num conjunto de 15 obras, entre fotografias e quadros de pintura.

Com o encerramento previsto para 19 de Janeiro de 2024, o trabalho contesta o extrativismo e seus impactos ambientais significativos, como a redução da biodiversidade, desmatamento e poluição dos solos e de mananciais, bem como sugere uma nova abordagem em torno do tema.

Por: Amilton Victor

Em exclusivo ao Notícias de Angola, o artista anfitrião explicou que a ideia da exposição é questionar os efeitos do extrativismo e levar as pessoas a reflectir sobre os benéficos dos rios nos dias actuais.

“Quando ofendemos a natureza, ofendemos a nós próprios. O rio é um lugar de história, riqueza e vida e o extrativismo os contamina, por isso, temos de ter uma ideia muito profunda sobre isso. O que nós queremos com os nossos rios? O que nós pretendemos sobre essa água que bebemos?”, rematou o artista.

Já o zimbabweano Felix Shumba, nesta que é a sua primeira exposição num país Lusófono, enfatiza a decomposição do subsolo e a morte, como consequências que podem advir da prática excessiva do extrativismo.

Em relação ao trabalho coletivo, o artista revela ter sido uma parceria frutífera e de troca de bastante conhecimento, embora destaca uma ligeira diferença entre as técnicas usadas, sublinhando o facto de no seu país ser mais frequente a pintura a carvão, enquanto que em Angola a fotografia e o vídeo se destacam.

Aberta em dois espaços, a exposição é um conjunto que retrata duas realidades, um mais ligado à paisagem e outro à fauna e para a sua execução, os dois artistas visuais usaram vários materiais, tais como desenhos em carvão, murais e instalação com recurso à técnicas mistas.

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