Ernesto Mwanga garante condições criadas contra covid-19 na Lunda-Norte

O Governador da Lunda-Norte, Ernesto Mwangala, garantiu ao RFI, nesta terça-feira (23), que as condições estão todas criadas na província que governa, para o combate contra o novo coronavirus, desvalorizando as recentes acusações de jovens que dizem não estar a fazer nada a frente dos destinos da provincía diamantífero.

O Gabinete da Comunicação Institucional do Governador da Lunda-Norte, de Ernesto Muangala, desmentiu as informações postas a circular pelos portais LIL PASTA e NA Mira do Crime de que haviam jovens no Lucapa a contestar a sua permanencia no poder, segundo os quais “crescem os protestos contra a governação de Ernesto Muangala, governador da Lunda-Norte, que luta há mais de 10 anos para construir estradas, hospitais e outras obras sociais de suma importância para a vida das comunidades, numa província rica em diamantes”, considerando-as infundadas.

Segundo o mesmo comunicado, que desvaloriza a informação do Na Mira do crime “tem sido demonstrados principalmente nas redes sociais por activistas cívicos, clérigos e políticos. Se por um lado a 22 de Maio, a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) anunciava, a 11 deste Maio, a descoberta da décima quinta pedra de diamante com mais de 100 quilates, extraída na Mina do Lulo, província da Lunda-Norte, local em que, também, foi encontrado o maior diamante de sempre no país, de 404,2 quilates, no ano de 2016, a realidade de vida da população contrasta com a descoberta destas pedras que valem milhões”, descreveu aquele jornal, o que não corresponde a verdade.

Diamantes não brilham na vida dos cidadãos da Lunda-Norte, diz o portal, mas o governador desmente a Informação

“Hoje mesmo o Senhor Governador Trabalhou no municipío de Xamuteba a cerca de 90 kilometros do Dundo, sua sede, o que demonstra trabalho arduo da sua excelencia”, garante António da Silva, do seu gabinete Juridico.

A história das actividades de prospecção e exploração de diamantes em Angola, particularmente na Lunda, que remonta os anos 1912 e 1917, altura em que foram descobertas as primeiras sete pedras no rio Tchiumbwe, a nordeste do município de Cambulo, província da Lunda-Norte, tida como detentora de ricos depósitos de diamantes, de alto valor comercial, começa a dar mais prejuízos do que dignidade, uma vez que a única herança que as empresas deixam, são as ravinas, a devastação florestal e a poluição da água dos rios

O académico e activista ambiental Elísio Alan, em entrevista ao Jornal de Angola, depois da descoberta da pedra preciosa que vale milhares de dólares, disse que os reflexos do impacto da indústria de extracção da “pedra preciosa” são pouco visíveis junto das populações locais.

Elísio Alan, diz também, com a essa nova descoberta, se eleva para 15 o número de pedras com mais de 100 quilates extraídas na Mina do Lulo, desde o início das operações mineiras no local, tendo realçado que o maior diamante encontrado naquela concessão, em 2016, pesou 404,2 quilates. Por isso, Elísio Alan lembra ainda que, ao longo dos 100 anos de exploração, o impacto do brilho dos diamantes na vida dos cidadãos da Lunda-Norte ainda não é propriamente satisfatório.

O técnico admitiu que o contributo da indústria diamantífera no fortalecimento da economia real do país é de crucial e extrema importância, mas defende a necessidade de as reformas em curso no subsector de diamantes ter em consideração a situação social das populações que residem nos perímetros de exploração.

“O diamante é, de facto, um recurso nacional e, portanto, as receitas resultantes dessa indústria devem beneficiar o país, de uma forma geral, daí admitirmos que o seu contributo na nossa economia real seja de extrema importância”, observou. O ambientalista acha que as reformas em curso devem ter em consideração a condição social das comunidades residentes nas zonas de exploração, que se apresenta bastante precária.

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