E se os gestores olhassem a comunicação interna como ferramenta de gestão!
Por: Bernardino Ngola
A palavra comunicação provem do latim “comunicare” que significa por em comum, interagir, conviver e compartilhar. Desde o surgimento da humanidade o homem sempre sentiu a necessidade de comunicar para assegurar a sua própria sobrevivência. A melhoria do nível de vida e das relações sociais devem-se ao exercício da comunicação, para o efeito é fulcral que haja uma simbiose eficiente de transmissão dos signos e significados entre o emissor, a mensagem, o meio e receptor.
Em Administração de Empresas, entende-se por organização, uma entidade social formada por duas ou mais pessoas que trabalham de forma coordenada em determinado ambiente externo visando um objectivo colectivo que envolve a divisão de tarefas e atribuição de responsabilidades.
Desavenças entre líderes e liderados, greves nas empresas, informações oficiosas, falta de comprometimento dos funcionários para com os objectivos corporativos da empresa e baixa na produção são quesitos que podem ser reflexo da ineficácia da comunicação interna nas organizações. Os gestores das empresas devem priorizar a componente comunicação nos planos de investimentos do mesmo modo que cabimentam valores financeiros para outras áreas da cadeia de valor da organização. Todavia é pertinente que haja um alinhamento no fluxo de comunicação interna, horizontal e vertical, entre as diversas áreas da empresa de modo a fazer fluir a informação corporativa para todos os trabalhadores. A ineficácia da comunicação interna nas organizações gera rumor, causa especulação e insatisfação entre os trabalhadores e pode comprometer a produção dos bens e serviços.
A importância da comunicação empresarial interna para gestão das empresas, é fundamentada por alguns teóricos que analisaram, argumentaram e apresentaram alguns pressupostos que devem constar nas estratégias de comunicação interna empresarial. DRUCKER, em Prática de Administração de Empresa, 1964, “administração e a comunicação interna são actividades interligadas. É a comunicação que possibilita administração tornar comum a missão, os valores, os objectivos e as metas da empresa. É a comunicação interna que torna eficazes as mensagens e acções destinadas a motivar, incentivar, orientar, promover, desenvolver e integrar as pessoas de uma organização. BUENO, Comunicação Empresarial: Teoria e Pesquisa, 2003, “a comunicação interna tem uma função importante, no sentido de fazer circular as informações novas, promover o debate e a interação entre os vários segmentos da organização e capacitar os funcionários para novos desafios”.
Estamos numa época em que as organizações, em função do surgimento e evolução das novas tecnologias de informação e comunicação, devem buscar todas as formas e meios para tornar a comunicação empresarial interna como factor de gestão, desde que seja trabalhada de forma planeada com os desígnios corporativos da instituição com intuito de impulsionar a valorização das pessoas, gerar relacionamento, mudança de mentalidade e melhora a identidade corporativa da instituição. Sem descurar os meios de comunicação tradicional, as empresas têm hoje diversas formas de disseminar as informações sobre os objectivos corporativos da organização aos funcionários, sem gastar com a impressão de circulares, panfletos, boletins, jornais e murais. Em pleno século XXI, como resultado da evolução das tecnologias de comunicação e informação, as organizações são obrigadas a utilizar os canais digitais corporativos como Blog, Email, WhatsApp, Newsletter e outros meios que permitam a transmissão ideológica da organização e a melhoria da aceitação da cultura da empresa cujo desiderato é tornar o simples funcionário em defensor da organização.
A comunicação empresarial interna é um apanágio de suma importância na vida dos negócios de uma organização. O funcionário que está por dentro de todas as áreas da empresa, conhece a hierarquia e sabe o que está a acontecer na organização, sente-se integrado à empresa e promove o entrosamento entre os colegas, tem a probabilidade de erradicar os “boatos” e fica comprometido com os objectivos corporativos da empresa.
Perfil
Bernardino Gaspar N’gola – É mestre em Ciências da Comunicação Marketing e Publicidade, Licenciado em Ciências da Comunicação, pela Universidade Independente de Angola (UNIA), especialista em marketing e comunicação empresarial e especialista em disigner gráfico.
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