Escritor transforma-se em “Pamãe” e lança “A Rosa do 29” em homenagem a mulher falecida
Avô do Petro é o pseudónimo de Albino Américo, o escritor e poeta, que se viu imperado a cuidar dos filhos após a morte da mulher, numa data em que viria também caducar o seu bilhete de identidade, dia 29 de Julho de 2014. Nesta semana, o autor foi homenageado na Fundação Arte e Cultura, durante a edição de Outubro do projecto Noites de Poesia.
“A Rosa do 29” é um livro de prosa poesia em homenagem à minha esposa, que faleceu no dia 29 de Julho de 2014 e coincidentemente, o seu Bilhete de Identidade caducou no dia da sua morte”, lembra o autor, reforçando que o título foi escolhido prepositadamente para exaltar a esposa por tudo que representou na sua vida e tem, por isso, 29 poemas.
O livro não somente está em homenagem à minha esposa, mas também surge para poder confortar àqueles irmãos que tenham perdido um ente-querido.
“Quando estava na cama do hospital, pediu-me que lhe escrevesse um poema e três dias depois faleceu. Com a sua morte, tive de me transformar em “PAMÃE”, pai e mãe ao mesmo tempo. Apareceram pessoas que me diziam que eu não aguentaria e que poderia dar os bebés às irmães e familiares para os cuidar. Hoje, o mais velho está com 8 anos e já vai a escola, o mais novo tinha apenas um ano, hoje está com 6 anos . houve momentos que cheguei a pensar que não conseguiria, mas, hoje, quando olho para eles dá uma grande alegria por saber que, desde o momento que mãe os deixou, tomei conta deles”, conta
Amantes das artes emocionam com a história do Avô do Petro
O livro “A Rosa do 29” foi lançado em Julho deste ano, no palácio de ferro e apresentado na Fundação Arte e Cultura, no âmbito do projecto Noites de Poesia. Poetas, actores, músicos e amigos prestaram homenagem ao escritor, emocionando-se depois de ouvir a história por trás d´A Rosa do 29.
Janeth Sousa disse ter gostado do evento e muito tocada pelo que ouviu.
“Não sou muito ligada à arte. No que toca a cultura sou muito ligada à música. Gostei mais do teatro porque quando fui mais nova fiz teatro. Espero vir mais vezes. A história do homenageado tocou-me imenso. Acho que foi uma homenagem muito bonita da parte dele. Perder alguém chegado é algo marcante. Recentemente perdi o meu pai”, conta.
Luzineide Tomás é uma poetisa, que também participou da homenagem com temas “Enorme Martírio” da autoria do homenageado e “Saudades de Mim”, poema da sua autoria.
“Da perda pode surgir novas oportunidades e ele apegou-se em algo que muita gente se arrastaria de tristeza e transformou numa matéria prima, “A Rosa do 29”. Emocionou-me, pois, ele tornou o momento mais epíco”, disse a poetisa, que enalteceu a Fundação Arte e Cultura pelo projecto.
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