Angola e a Oratória, minha visão sobre o futuro
Por: Camilo Lemos
Diariamente, recebo preocupações de pessoas que sentem na pele o medo de falar em público, entretanto, pessoas que já falam pouco se oferecem para um treinamento de Oratória. Em causa, justificam, está o facto de já estarem a enfrentar algum público.
Meu Deus! Será o falar em público a prova suficiente para deixar de frequentar um treinamento de Oratória!?
Se essa fosse a razão, confesso, não teríamos no mercado tanta gente aborrecida com a prestação de muitos oradores.
Mais do que falar em público, não seria ideal questionar o como falamos?
Isto abre ala para o entendimento daquilo que Angola vai exigir nos próximos tempos, provavelmente até, não distante do presente.
Veja: boa parte dos angolanos, senão a maioria, aprendeu aceitar numa verdade com base a imposição de um regime, das suas necessidades manipuladas, e aprendeu a aplaudir até as coisas que o prejudicam. Assim, formamos, durante muito tempo, pessoas que não precisavam de rigor na comunicação para convencer o público. Bastava apenas falar com um ar de arrogante e citar o nome do chefe para todo mundo seguir. Os discursos nunca foram, necessariamente, a única via para as pessoas deixarem-se convencer. Ninguém questionava, todos fomos obrigados a seguir e mais nada.
Os “oradores” abraçavam e como ainda continuam abraçando os aplausos como um reconhecimento da sua eloquência por parte do público. Entretanto, de uma coisa é certa: as salvas de palmas também têm o seguinte significado: obrigado por terminar, não víamos a hora de nos livrarmos de si. Uau, já terminou, graças a Deus, que coisa horrível.
Há uma corrente criada- e vejo isto nas palestras e grupos das redes sociais, empresas- de oradores que se auto-bajulam, público que elogia até coisa que bem sabe que está ou foi mal e colaboradores obrigados de dizer sim ao discurso do chefe , com receio de ser mal visto…
Não quero passar a imagem de que eu sou bom, aliás, é por estar consciente das minhas fraquesas que, diriamente, procuro desenvolver teorias de Oratória que me facilitem falar técnica, persuasiva e despreocupadamente quando me dirijo a um público.
Afinal, eu tenho uma dificuldade: desde que aprendi e passei a ensinar às pessoas sobre falar de improviso, já não consigo preparar as minhas abordagens… Por isso é que não falarei de uma área de conhecimento que eu não entenda e não consiga criar conteúdos próprios…
A bajulação inseminada leva a que muitos oradores não se desenvolvam, conquanto, o público vai mudar e tanto empresas, organizações entre outras forças vivas da sociedade passarão a exigir demais dos oradores para aceitarem as suas ideias. Então, neste momento, o mercado vai separar o trigo do jóio.
A pergunta é: Até lá, você estará pronto para dizer, eu falo em público mesmo quando, repentinamente, sou levantado da cama?
De uma coisa tenha a certeza: os homens que aprenderem a falar em público defacto, serão priorizados em todos campos da vida. Já foi e é assim noutras partes do Mundo, mas em Angola, isto vai se viver. Então, você perguntará: “Porquê tive de colocar um travão de mão a mim mesmo para não fazer, antes, a formação de Oratória?
Não tenha medo de gastar dinheiro, faça a sua formação. Há muitos lugares por aí a ensinar as pessoas a falar em público.
Se optar por nós, saiba que responderemos com a mesma confiança.
Perfil
Camilo Lemo É especialista em Comunicação e Oratória, actualmente trabalhe como Assessor de Comunicação da Fundação Arte e Cultura e Galeria Tamar Golan
Os artigos de opinião publicados no Notícias de Angola são da inteira responsabilidade do seu autor. O NA não se responsabiliza por quaisquer danos morais ou intelectuais dos textos em causa, confiando no rigor, idoneidade e credibilidade dos seus autores.
Comentários estão encerrados.