O ex-presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano, José Filomeno “Zenu” dos Santos, foi constituído arguido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta segunda-feira (26), por suspeita de envolvimento na transferência ilegal de 500 milhões de dólares saídos do Banco Nacional de Angola (BNA), noticiou a Angop.
Foram também arrolados no processo e constituídos arguidos o ex-governador do Banco Nacional (BNA), Valter Filipe, Jorge Gaudens Pontes, António Samalia Manuel e João Domingos dos Santos que, a par de José Filomeno dos Santos, estão impedidos de sair do país. Todos deverão apresentar-se periodicamente às autoridades.
A informação foi avançada nesta segunda-feira, em conferência de imprensa, pelo sub-procurador-geral da República, Luís Ferreira Benza Zanga, para quem a transferência ilegal destes valores dos cofres do Estado consubstancia-se no crime de burla e peculato que, no caso concreto, o perdão não funciona.
Trata-se da transferência, em Setembro passado, de 500 milhões de dólares do BNA para uma conta no Credit Suisse de Londres, como garantia para um suposto financiamento de 30 biliões de dólares. A operação acabaria por revelar-se uma burla contra o Estado angolano, sendo que as autoridades londrinas suspeitaram e bloquearam os fundos em Londres.
À volta deste processo foram ouvidos nove declarantes e efectuadas buscas domiciliares e em escritórios, bem como foram apreendidos documentos e outros objectos ligados ao suposto ilicito, nomeadamente computadores, pen drives, entre outros, para se extrair elementos conectados ao crime.
O actual chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general de Exército Geraldo Sachipengo Nunda, foi constituído também arguido pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em causa está a implicação do seu nome à rede de indivíduos que tentaram de forma fraudulenta negociar uma operação de financiamento internacional de 50 mil milhões de dólares, propostos por uma empresa tailandesa e destinada a vários projectos em Angola.
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