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Governo angolano quer cumprimento das regras de exploração de eucaliptos

As irregularidades contratuais existentes na exploração de madeira de eucaliptos nos perímetros florestais do ex-Complexo Industrial da Celulose e Papel de Angola, no Alto Catumbela, município da Ganda (Benguela), têm os dias contados, anunciou hoje o secretário de Estado para os Recursos Florestais, André de Jesus Moda.

Segundo o responsável, que trabalhou nesta quinta-feira, na vila do Alto Catumbela, constatou alguns incumprimentos das obrigações contratuais das empresas de exploração de madeira de eucaliptos, mormente no processo de repovoamento florestal na região.

André Moda referiu também ter constatado a fuga ao fisco das empresas ali instaladas, a devastação de perímetros florestais sem replantações da espécie, o que augura uma fase de mudanças e responsabilização jurídico das mesmas, cujos impostos devem ser pagos no local de exploração e de produção.

Defendeu o rigor na gestão de recursos naturais e humanos para que haja capacidade de transformação da madeira em produtos acabados.

“Uma empresa florestal séria e segura possui um espaço para fazer plantações”, frisou apelando por isso à consciência dos operadores em obter espaços próprios, tendo apresentado um programa de repovoamento florestal onde essas empresas poderão estar inseridas.

Garantiu a criação de uma empresa denominada “MADAM” que vai ocupar-se, no futuro próximo, de uma boa parte do repovoamento florestal nos perímetros da celulose, para que haja mudanças positivas no processo de exploração da madeira de eucaliptos no Alto Catumbela.

Reconheceu, no entanto, ser uma mais-valia o surgimento de empresas de exploração de madeira de eucaliptos para aumentar a renda dos operadores, fiscais e criação de oportunidades de empregos na região.

O secretário exigiu dos operadores a modernização dos equipamentos, pois, a maquinaria encontrada em funcionamento nas empresas deixou o governante pouco satisfeito, devido ao seu estado obsoleto, sem garantias de segurança.

André Moda adiantou que essas empresas serão submetidas proximamente a diagnóstico analítico e vistoria em consonância com outros departamentos ministeriais, sobretudo da indústria, para se estudar as viabilidades técnica e económica dos instrumentos postos a funcionar e depois tomar-se uma decisão final.

Por outro lado, A Angop apurou que o espaço de exploração de madeira de eucaliptos na zona do Alto Catumbela despoletou um conflito entre as empresas que ali funcionam actualmente e a empresa Estrela da Floresta, detida pelo Fundo Soberano de Angola, na altura sob liderança de José Filomeno dos Santos.

Com efeito, o Secretário de Estado disse que estão a ser tomadas medidas para se normalizar a gestão dos polígonos florestais desta região.

“Nos próximos dias haverá uma nova forma de gestão, que vai estabelecer novas regras e trabalhar com as pessoas que desejarem cumprir o que estiver estipulado”, disse.

Dados obtidos junto da empresa “Nivan– Nzamba”, uma das duas empresas existentes na localidade, e visitada pelo secretário André Moda, indicam que foram apenas replantados 43 hectares dos 70 explorados no perímetro florestal.

A Nivan–Nzimba, além da transformação da madeira em contraplacados, tábuas, barrotes e outras peças para fabricação de mobílias, acoplou também a indústria de carvão iluminante de qualidade, através dos resíduos de madeira.

O secretário de Estado hoje visitou, em Benguela, o espaço onde será construído um entreposto de madeira, de 15 hectares, localizado no bairro da Taca, arredores da cidade de Benguela.

Acompanharam a visita de André Moda, responsáveis e técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal local.

NA/ANGOP

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