Cães farejadores estão a ser treinados para ajudar a diagnosticar malária em locais com dificuldade de acesso a sistema de saúde, com bons índices de sucesso, segundo os cientistas, o objectivo é conseguir análises rápidas em um processo simples e barato sem necessidade de exames de sangue.
O trabalho foi apresentado na última semana, no congresso anual da Sociedade Americana de Medicina e Higiene Tropical, em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
“As principais vantagens desse método com cães é que os testes são muito rápidos, não requerem colecta de sangue e podem funcionar facilmente em áreas remotas”, afirmou o entomologista, especialista em Saúde Pública, e professor da Universidade de Durham, da Inglaterra, Steve Lindsay, à BBC News.
A pesquisa foi financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, instituição filantrópica criada pelo fundador da Microsoft para fomentar projectos de melhoria à qualidade de vida, principalmente em soluções de saúde e combate à pobreza.
Participam do projecto, além da Universidade de Durham, a instituição Medical Detection Dogs, a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a Universidade de Dundee, também britânica, e o Programa Nacional de Controle da Malária da Gâmbia, país da África Ocidental.
A nova técnica ainda está em fase de estudos. “Mas, em princípio, demonstramos que os cães podem ser treinados para detectar pessoas infectadas com a malária pelo seu odor”, diz Lindsay. Os cientistas acreditam que, com o método não invasivo de análise, seja possível diagnosticar um maior número de pessoas, ajudando assim a impedir a disseminação da malária e ampliando o tratamento precoce da doença.
“Os cães são treinados com uma meia de uma criança com forte infecção por malária”, explica o pesquisador.
No processo, eles utilizaram meias de náilon que foram vestidas por crianças e adolescentes aparentemente saudáveis, com idades entre 5 e 14 anos, todos moradores na região do rio Gâmbia, as mesmas crianças foram submetidas a um exame de sangue convencional para detecção do parasita da malária, o Plasmodium falciparum.
No total, foram 175 amostras, 30 crianças foram diagnosticadas como portadoras do parasita, 145 não.
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