O Governo angolano estabeleceu recentemente os preços de venda das habitações nas centralidades de Cazengo (Cuanza Norte) e Carreira de Tiro, através do regime de renda resolúvel, com prestações mensais a partir de 115 mil e 761 kwanzas. A informação foi avançada pela Agência Angola Press (ANGOP).
Em paralelo, dados anteriores publicados pelo Jornal de Angola apontam para contratos de arrendamento urbano simples, aplicados em centralidades como o Zango 0 (Vida Pacífica) e o Mussungue, com valores mensais de cerca de 20 630 kwanzas.
Diferença está no tipo de contrato
Segundo especialistas em mercado imobiliário, não há contradição entre os valores. Os cerca de 20 mil kwanzas dizem respeito a arrendamentos habitacionais de carácter temporário, em que o inquilino paga para usufruir do imóvel, sem aquisição de propriedade.
Já as prestações acima de 115 mil kwanzas referem-se ao regime de renda resolúvel, modalidade que permite ao cidadão tornar-se proprietário ao fim do contrato, diluindo o preço global da casa, estimado entre 27,6 milhões e 29,6 milhões de kwanzas, em prestações mensais.
Para muitas famílias, os dois modelos representam oportunidades distintas: o arrendamento, pela acessibilidade imediata, e a renda resolúvel, pela perspectiva de aquisição definitiva. Contudo, a diferença entre os 20 mil kz e os mais de 115 mil kz mensais acentua o debate sobre a real capacidade de pagamento das famílias angolanas, sobretudo num contexto de rendimentos limitados.
Com estas medidas, o Executivo procura equilibrar a pressão sobre o mercado imobiliário, oferecendo moradias para diferentes perfis socioeconómicos. A decisão insere-se na estratégia de promoção da habitação social e visa responder ao défice habitacional nas áreas urbanas do país.
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