Antiga chefe da diplomacia da UE detida por suspeita de fraude
Notícias de Angola – A ex-chefe de diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, foi detida nesta terça-feira na Bélgica, no âmbito de uma investigação por alegada utilização fraudulenta de fundos europeus.
Segundo a RFI, que cita fonte próxima do caso, a italiana de 52 anos, que foi também Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros de 2014 a 2019, está a ser investigada juntamente com dois outros suspeitos, na qualidade de directora há cinco anos do Colégio da Europa em Bruges, uma prestigiosa instituição que forma muitos funcionários europeus.
O inquérito liderado pela Procuradoria Europeia incide sobre suspeitas de favoritismo na adjudicação em 2021-2022 de um programa de formação para futuros diplomatas a este estabelecimento, pelo Serviço Diplomático da União Europeia, então sob a autoridade de Federica Mogherini.
Nesta terça-feira, a polícia belga efectuou uma série de buscas na sede do Serviço Diplomático da União Europeia em Bruxelas, em vários edifícios do Colégio da Europa em Bruges e nas residências dos suspeitos.
De acordo com fontes próximas do dossier, para além de Federica Mogherini, foram igualmente detidos na capital belga, um alto funcionário da Comissão Europeia, Stefano Sannino, e o director adjunto do Colégio da Europa.
A investigação procura determinar “se o Colégio da Europa ou os seus representantes foram informados antecipadamente sobre os critérios de selecção”, no âmbito do concurso público lançado pelo Serviço Diplomático da União Europeia para este programa de formação de nove meses.
A Procuradoria Europeia esclarece ainda que as potenciais infracções são “fraude na adjudicação de contratos públicos, corrupção, conflito de interesses e violação do sigilo profissional”.
Formalmente criada em 2021, a Procuradoria Europeia é um organismo independente da União Europeia cuja responsabilidade é combater a fraude envolvendo fundos da UE e quaisquer outras infracções que lesem os interesses financeiros do bloco, como por exemplo corrupção, branqueamento de capitais, fraude transfronteiriça ao IVA.
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