Angola prevê chegar até o final deste ano, uma inflação acumulada aproximadamente dos 30%, mas a previsão é abalada depois nos últimos dois anos ter visto a meta largamente ultrapassada e sempre a dois dígitos, devido a crise financeira.
A previsão para o total acumulado de 2018, de 28,7% entre Janeiro e Dezembro, está prevista no Orçamento Geral do Estado (OGE), em discussão na Assembleia Nacional até fevereiro, e a concretizar-se será o segundo valor anual mais alto desde 2004.
Esta semana, as contas finais do Instituto Nacional Estatística (INE) apontaram para uma inflação acumulada entre janeiro e dezembro de 2017 de 23,67%, registo muito superior à previsão de 15,8% que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado (OGE) anterior.
Ainda assim, um valor abaixo da inflação acumulada que o INE registou em 2016, que entre janeiro e dezembro chegou aos 41,95% – o valor mais alto desde 2004 -, para uma previsão inicial, que então constava do OGE, de apenas 11%.
Já a previsão para 2018 é desde logo condicionada pelo novo regime flutuante cambial, em que a taxa de câmbio é definida pelo mercado, nos leilões de divisas realizados pelo Banco Nacional de Angola para os bancos comerciais. Na primeira semana deste regime, o kwanza sofreu uma depreciação de mais de 10% face ao dólar norte-americano e de 16% para o euro, o que deverá agravar os custos de importação do país, com repercussões nos preços ao consumidor.
Segundo o Presidente da república João Lourenço, na sua tomada de posse, a 26 de setembro, o controlo da inflação é uma prioridade, mas a concretizar ao longo do mandato.
“No decurso dos próximos cinco anos, vamos procurar fixar a taxa de inflação em limites aceitáveis e controláveis. Isso vai obrigar-nos a impor regras rígidas de política cambial e de política fiscal. Vamos apostar no reforço dos sistemas de controlo de atos ilícitos que possam descredibilizar o setor financeiro e bancário, internamente como no exterior”, alertou na ocasião o novo chefe de Estado, João Lourenço.
O orçamento geral de estado (OGE) para este ano 2018, com reajuste de votação final deverá acontecer, na Assembleia Nacional, a 15 de fevereiro, o Governo assume que tem vindo a tentar controlar a inflação, desde 2016, com a “reposição dos níveis mínimos de oferta de alimentos e outros bens fundamentais”, bem como pelo “ajustamento da oferta de moeda” e a “melhoria do modelo de intervenção no mercado cambial”.
A “criação de janelas de diálogo com os principais agentes produtores e importadores” é outras das medidas do Governo angolano para controlar a inflação.
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