Redacção NA
Morreu na madrugada desta segunda-feira (10), em Lisboa, vítima de cancer, o músico angolano Waldemar Bastos, conforme avançou uma fonte do gabinete de comunicação do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente.
Com um percurso artístico de mais de 40 anos, Waldemar Bastos apresentava uma sonoridade definia por si como “afro-luso-atlântica”, marcada por composições autobiográficas.
Descrito como um homem directo e interventivo, o artista mostrou-se sempre a favor da democracia em Angola e deu nota em várias ocasiões de que se sentia oprimido pelo poder político angolano, ao qual acusou de perseguição. Waldemar Bastos, foi sempre uma voz que se fez ouvir em prol da liberdade de expressão no país e maior abertura aos cidadãos.
O músico trabalhou com artistas como Chico Buarque, Dulce Pontes, David Byrne, Arto Lindsay, Ryuichi Sakamoto, entre outros, e gravou com a Orquestra Gulbenkian, a London Symphony Orchestra e a Brazilian Symphony Orchestra. Foi também o único não fadista a cantar na cerimónia de trasladação de Amália Rodrigues, em 2001.
Em 2018, o músico foi distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção do Estado angolano nesta área, foi também galardoado com o prémio de New Artist of the Year nos World Music Awards em 1999.
Waldemar dos Santos Alonso de Almeida Bastos nasceu em janeiro de 1954 em M’Banza Kongo e a seguir à independência de Angola, em 1975, exilou-se em Portugal.