O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta quinta-feira (24), a tão esperada cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de junho em Singapura, enquanto anunciou a continuidade das sanções e a “pressão máxima” sobre Pyongyang, noticiou a AFP.
“Infelizmente, com base na tremenda raiva e aberta hostilidade demonstradas em suas declarações mais recentes, sinto que é inapropriado, neste momento, ter este encontro tão longamente planejado”, expressou Trump em uma carta a Kim, divulgada pela Casa Branca.
Por este motivo, completa o presidente americano, “pelo bem dos dois países, mas em detrimento de todo mundo, (a reunião) não vai acontecer”.
O gesto de Trump representa uma mudança de rumo em meio a um processo de aproximação que deixou a comunidade internacional em suspenso diante da possibilidade real de uma solução negociada para as tensões na península coreana.
A notícia do cancelamento da reunião foi divulgada poucas horas depois de a agência de notícias norte-coreana KCNA assegurar que Pyongyang havia desmantelado e demolido de forma “completa” um centro de testes nucleares, algo que o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou, apesar de lamentar a ausência de especialistas internacionais.
Guterres também se disse “profundamente preocupado” com a anulação da reunião e exortou “todas as partes a manter o diálogo para encontrar uma via para a desnuclearização pacífica e verificável na península coreana”.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, afirmou que “lamenta profundamente” a decisão de Trump e que “a desnuclearização da península coreana e a paz permanente é uma tarefa histórica que não pode ser cancelada ou atrasada”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, comentou que sem uma cúpula a pacificação da península será muito “difícil”.
“Contávamos que fosse um passo importante até uma distensão na península coreana e o inícido de uma desnuclearização”, disse Putin em entrevista coletiva.
“É pouco provável que possamos alcançar um avanço considerável (…) no processo de desnuclearização” da península, acrescentou.
Uma porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, assinalou sua “decepção” pelo anúncio e apontou a necessidade de uma “desnuclearização completa, verificável e irreversível da península coreana”.