O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, concorrerá no próximo domingo (24), a um novo mandato com poderes reforçados, em eleições nas quais enfrenta uma oposição determinada a acabar com seus 15 anos de poder.
Erdogan, de 64 anos, dirige a Turquia desde 2003, primeiro como primeiro-ministro e depois como presidente.
Ele transformou seu país com projetos e políticas de desenvolvimento voltadas para o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que reforçou o discurso religioso muçulmano no país laico e se impôs como ator-chave na arena internacional.
O chefe de Estado agitou em abril o calendário político anunciando a antecipação para 24 de junho das eleições inicialmente previstas para 3 de novembro de 2019.
Uma decisão provavelmente motivada pelo temor da crise econômica que parece atingir o país com uma queda enorme da lira turca, uma inflação de dois dígitos e um déficit significativo em sua balança.
O resultado das eleições será especialmente importante para a Turquia, já que o vencedor terá poderes reforçados após o referendo de abril de 2017 convocado por Erdogan após o fracassado golpe de julho de 2016.
Desta vez, o presidente turco enfrentou na breve campanha eleitoral uma união inesperada dos partidos de oposição e um concorrente, Muharrem Ince (CHP, social-democrata), capaz de desafiá-lo.
Ainda que Erdogan seja favorito, muitos observadores acreditam que não vencerá no primeiro turno e que sua formação, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), poderia perder sua maioria no Parlamento.