A produção agrícola familiar e sustentável vai dinamizar a produção nacional e consequentemente melhorar o ambiente de negócios no país, afirmou hoje o economista Fernando Vunge.
Considerado como a base para o desenvolvimento do país e factor decisivo na diversificação da economia e criação de bom ambiente de negócios, o sector da agricultura é um estimulador do desenvolvido de outros sectores económicos através da criação de excedentes que podem ser transformados e comercializados.
O especialista, que falava a propósito do discurso do Presidente da República, João Lourenço, frisou que o sector agrícola pode ser uma solução para fomentar o empreendedorismo.
“Os pressupostos fundamentais para o desenvolvimento sustentável fornecem o enquadramento de base para que surjam novas actividades económicas em torno de cadeias produtivas diversificadas, por iniciativa dos agentes privados, cabendo o Estado um papel de coordenação e regulação, através da criação de um quadro favorável à sua operação nos diversos sectores”, ressaltou.
Para tal, disse ser preponderante criar-se condições no que toca à construção ou reconstrução das infra-estruturas, como estradas primárias, secundárias e terciárias, por forma a permitir o escoamento dos produtos agrícolas, bem como capacitar o empresariado privado, a fim de exercer as suas funções tal como exigido, sendo o principal agente provedor de serviços.
Por sua vez, o economista Filomeno Vieira Lopes frisou que o sector da agricultura tem recebido poucos investimentos, daí ter sugerido o aumento de recursos para este sector, visando incrementar a produção e garantir a segurança alimentar.
Ressaltou que tais medidas contribuirão o desenvolvimento do sector agrícola, dando a possibilidade do país exportar e a consequente arrecadação das receitas.
Para tal, disse ser imprescindível a criação de pacotes cooperativos e de incentivos agrários por parte do Executivo, para obtenção de melhores resultados, de modo a fomentar o bom ambiente de negócios entre o empresariado nacional e estrangeiro.
Na sua opinião, podem-se automatizar muitos dos processos produtivos, mas há outros, como as colheitas ou o manuseamento dos produtos nas centrais hortofrutícolas, que necessitam de recursos humanos, o que fomenta a estabilidade produtiva e o bom ambiente de negócios.
Angola vive desde 2014 uma crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra nas receitas petrolíferas, e para minimizar os seus efeitos o Executivo lançou, em Janeiro de 2018, um programa que visa diversificar a economia, que passa pela redução das importações e o aumento da produção interna também para exportar, sendo a agricultura uma das principais apostas.
NA/Angop