O líder do PSOE, Pedro Sánchez, vai assumir o cargo de primeiro-ministro da Espanha, após a moção de censura aprovada hoje, pelo parlamento espanhol, consolidando a queda do governo de Mariano Rajoi.
Uma maioria de 180 deputados em 250 votou favoravelmente a moção de censura. Na sequência, o líder dos socialistas, Pedro Sánchez, assume a presidência do governo de Madrid.
Pedro Sánchez irá agora liderar os destinos do governo no que falta da legislatura, até 2020, isto após Rajoy ter liderado os destinos do país durante os últimos seis anos. Falta apenas a comunicação oficial ao rei, Felipe VI. Tal comunicação deverá ser feita pela presidente do Congresso dos Deputados ainda hoje, para que o líder do PSOE tome posse na próxima segunda-feira.
Apesar de apenas ter 84 dos 350 deputados do parlamento espanhol, o partido socialista (PSOE) conseguiu reunir o apoio de 180 deputados, incluindo os do Unidos Podemos (Extrema-esquerda, 67), da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, separatistas, 9), do Partido Democrático e Europeu da Catalunha (PDeCAT, separatistas, 8), do Partido Nacionalista Basco (PNV, 5), do Compromís (nacionalistas valencianos, 4), do EH Bildu (separatista basco, 2), e da Nueva Canarias (nacionalista, 1).
O campo contra a moção contou com 169 votos divididos pelos deputados do PP (134), do Cidadãos (direita liberal, 32), a União do Povo de Navarra (UPN, regional, 2) e o Foro Asturias (regional, 1). O único deputado da Coligação Canária (regional) absteve-se.
Derrotado nas últimas eleições e depois expulso da liderança do seu partido antes de regressar pela porta grande, o socialista Pedro Sánchez acaba de ganhar uma aposta arriscada para alcançar o poder em Espanha.
O diário espanhol El País recorda que este antigo professor de Economia, de 46 anos, vê recompensada a sua obstinação em conseguir todos os apoios para aprovar uma moção de censura contra o líder conservador e após encabeçar uma onda de indignação pela condenação judicial do PP de Mariano Rajoy num caso de corrupção.
“A sua solidão, senhor Rajoy, representa o epitáfio de um tempo político, o seu, que já terminou”, disse Sánchez no Congresso dos Deputados.
Amante da política desde jovem, segundo os seus companheiros de classe, Sánchez, foi conselheiro municipal em Madrid, entre 2004 e 2009, quando se converteu em deputado e a sua carreira disparou.
Impulsionado em 2014 para a liderança de um PSOE debilitado devido às primárias do partido, ficou atrás de Rajoy nas eleições de Dezembro de 2015, depois de ter tentado formar governo com os partidos emergentes do Podemos e Cidadãos, mas a iniciativa desfez-se.
Na repetição das eleições de Junho de 2016, o PSOE registou o seu pior resultado desde o restabelecimento da democracia espanhola, em 1977.
Sánchez foi deposto por uma rebelião interna no seu partido que o culpava pelos maus resultados eleitorais, e voltou pela porta grande em Maio de 2017, quando os militantes o devolveram à liderança do seu partido.
Pedro Sánchez vai ser recordado pelo PP por causar a queda de um chefe de governo que já sobrevivera a várias crises, e “ficará na história de Espanha como o Judas da política”, afirmou recentemente Fernando Martínez-Maillo, número três da formação conservadora, recordado pelo jornal El País.