Por: Gil Essanju I Jornalista
Nesta celebração do 142° aniversário de implantação da IECA, centrei a minha atenção na juventude porque considero oportuno despertar os jovens da igreja para os desafios futuros. Dos kotas podemos esperar, mas não muito além do que já nos deram a ver.
Me preocupa ver jovens da e na igreja, completamente alheios aos desafios presentes e futuros da igreja. Não vislumbro sinais de que com estes, teremos uma IECA forte, unida e desenvolvida, embora hoje estejamos a falar de jovens com mais recursos, mais formação e com mais acesso a informação, do que os jovens de ontem.
Me parece que os jovens de ontem que não tiveram tanta formação, informação e recursos, fizeram muito mais pela igreja.
Os licenciados e mestres de hoje, andam perdidos dentro da IECA. Hoje com tanta informação disponível, não conhecem a identidade da igreja. Este é um problema muito sério e deve ser, urgentemente, encarado como tal, porque ameaça a existência da Igreja Congregacional.
Os jovens congregacionais e não iecanos, como alguns pensam que são, têm de buscar conhecer a identidade da Igreja Evangélica Congregacional que em breve estará sob o seu comando. Sem isso, há o enorme risco de se ter num futuro não distante uma igreja pentecostal com o nome de Evangélica Congregacional.
Não faltam boas referências de homens e mulheres jovens, audazes, que muito fizeram pela igreja. Os jovens do tempo de guerra, contra todas as adversidades, ousaram e fizeram mais do que os jovens de hoje fazem. Provavelmente alguém dirá que não se deve comparar os tempos. Mas como entender que hoje com mais recursos, mais informação, os jovem impactem menos a igreja e a sociedade?
Num país onde a maioria da população é jovem, o razoável seria também ver os templos cheios de jovens, número considerável de jovens nos encontros de decisão e na lidarença da igreja. Não para comer funge e embelezar as estatísticas, mas para discutir e contribuir para o crescimento e desenvolvimento da igreja, em certa medida familiar.
As vezes é importante olhar para o retrovisor, é o que convido os jovens da IECA a fazerem enquanto celebramos os 142 anos de implantação da igreja em Angola. Olhar para o retrovisor é também buscar saber como é que os outros em momentos de acrescida dificuldade no país e na igreja, contornaram os obstáculos.
Irmãs e irmãos jovens, os desafios são enormes. Não permitam que se avolumem ainda mais.
Precisamos melhorar os nossos púlpitos, preprar bons líderes, ajudar a encontrar mecanismos melhores de gestão do bem comum, fiscalizar mais e melhor, ajudar a fazer dos templos lugares cada vez mais acolhedores para todos sem distinção de condição social, política, racial, étnica, etc, assumir mais e melhor a nossa responsabilidade na sociedade a tornar mais patente as marcas de Cristo.
Quanto mais tempo postergarmos mais dificuldades teremos. Apressemo-nos para assumir nossas responsabilidades. O tempo é este.