Opinião: As marcas devem antecipar o seu posicionamento

Artigo de Opinião de Amadeu Cassinda


É impossível separar a semente do fruto. Se por um lado o actual contexto económico forçou as empresas a conterem custos, de sorte que, o mercado publicitário recente com lamento; por outro, o contexto político dá fortes sinais de que o futuro reserva um ambiente económico favorável para um mercado onde a livre concorrência será a regra.

A aprovação da nova Lei de Investimento Privado, a facilitação na emissão de vistos para investidores estrangeiros, bem como a tendência crescente para a transformação do continente africano numa zona de livre comércio é uma realidade que vai inserir no país o alargamento de um amplo e competitivo mercado.

Pelo que, as empresas deverão equipar-se com os melhores para o alcance de seus respectivos objectivos e garantir a firmeza da notoriedade das suas marcas no mercado em que actuam, sendo que o sucesso ou o insucesso das mesmas, dependerá dos seus posicionamentos na mente do consumidor.

Num mercado de assaz oferta de semelhantes produtos e serviços, as pessoas escolhem as marcas com a qual se identificam, escolhem as marcas que lhes entendem e as ouvem. E o processo de construção de uma imagem de marca que marca não se alcança só mediante a uma intensa campanha de comunicação de serviço ou de produto. Para o efeito é preciso comunicar a marca continuamente.

As marcas precisam de definir estrategicamente o seu target, devem definir e defender uma causa de valor com a qual o seu público se revê, devem dialogar com o mesmo, ou seja, do brinding à propaganda, desta à publicidade tradicional ou digital o discurso deve ser coerente e neste quesito as acções de comunicação não devem ser fragmentadas é preciso alinhá-las à uma estratégia.

É aqui que os gabinetes de Comunicação e Marketing devem entrar para garantir a concepção, implementação e monitorização das estratégias junto das agências de comunicação e/ ou dos media, como também garantir que o posicionamento da marca seja imaculado de qualquer ruido de comunicação que não integre na personalidade ou no carácter ético da marca.  

Por isso, qualquer gestor que pretenda ver a sua marca ser escolhida no futuro, deve a partir de agora investir na comunicação de sua marca com consistência e coerência. Neste momento, fazer cortes “mortíferos” de investimento na comunicação de marca não é recomendável, se é que se tem uma visão de longo prazo para a sobrevivência da sua empresa num mercado “agressivo” que se avisinha.

As áreas comerciais dos media tradicionais devem também acordar da aparente letargia e da imutabilidade dos preços dos espaços publicitários. Já há relatos de que está em curso a elaboração de vários diplomas legais que visam facilitar o investimento no sector da comunicação social, dado que se vislumbra também o aumento da concorrência. Convenhamos, ainda é muito alto o custo de publicidade nos referidos media.

Amadeu Cassinda – é Licenciado Jornalismo pelo Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola (IMETRO), Deu voz ao programa Mais Comunicação, da Emissora Metodista de Angola (Rádio Kairós). Actualmente trabalha no Gabinete Comunicação Institucional da Imobiliária Imogestim.

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