Por: JA
As obras dos primeiros 30 quilómetros do Metro de Superfície de Luanda podem começar em Janeiro de 2021, admitiu, segunda-feira, o ministro dos Trans-portes, Ricardo D’Abreu.
De acordo com a edição do Jornal de Angola desta terça-feira, que o Notícias de Angola teve acesso, o Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu, deu tal informou, duranteo encontro “Café com jornalistas”, que numa primeira fase serão construídos 30 quilómetros de um total de 149 e que a empreitada vai ser totalmente desenvolvida no quadro das parcerias público-privadas.
No total, vão ser 149 quilómetros de extensão. O orçamento ficou estimado em três mil milhões de dólares.
Segundo Ricardo D’Abreu, que falava no “Café com jornalistas”, nas comemorações do 44º aniversário do sector, o Governo prevê concluir, ainda este ano, a formalização da parceria público-privada e dar início ao processo para a construção da primeira linha do Metro de Superfície de Luanda.
Informou que a parceria com a Siemens Mobility contava com o suporte financeiro do Estado para o arranque do projecto, mas fruto das condições actuais, o Governo optou por “não ir por esta via”.
“Estamos a acelerar o estabelecimento da parceria público-privada para o lançamento do projecto e contamos que, ainda este ano, possamos fazer a formalização final e dar início à construção da primeira fase da linha do metro de superfície com pelo menos 30 quilómetros no período indicado”, avançou.
O ministro Ricardo D’Abreu adiantou que pela densidade populacional e distâncias que são percorridas, bem como a organização da cidade, Luanda precisa de um sistema de alta capacidade, eficiente e economicamente eficaz.
Concessões ferroviárias Na ocasião, oministro dos Transportes anunciou que, até Janeiro, será, igualmente, lançado o concurso público para a concessão do Corredor do Lobito, com particular realce para as infra-estruturas ferroviárias e logísticas do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB). O foco será para o transporte de mercadorias e a componente logística, sendo que o serviço de passageiros (tanto inter-urbano como interprovincial) ficará ainda sob a alçada do próprio CFB.
“Esta medida é para assegurar que haja operadores especializados em questões de logística e carga, mas também assegurar que consigamos ter, em Angola, um parceiro tecnológico do Governo para assegurar a manutenção e reabilitação das infra-estruturas ferroviárias”, augura.
Concluído o processo no CFB, o projecto será estendido para as infra-estruturas ferroviárias que suportam o CFL e CFM, sendo que numa primeira fase a prioridade será o de Luanda.
Ricardo Viegas D’Abreu destacou que o CFL merecerá atenção redobrada, já que aquando do programa de reabilitação do sector ferroviário (três caminhos-de-ferro), o de Luanda não usufruiu da recuperação completa da linha que chega até Malanje. Ficou por reabilitar o troço “crítico” Zenza do Itombe e Cacuso.
“Os 215 quilómetros de extensão são responsáveis pela redução da velocidade comercial do comboio que faz o trajecto Luanda/Malanje para níveis muito baixos”, aponta, sendo que o projecto prevê reabilitar o troço já existente, ou construir um novo traçado.
Destacou que a intenção do Governo é que as três linha férras possam ter ligação com os países vizinhos.
“Noâmbito do programa das parcerias público-privadas, incluímos o projecto do Corredor Norte e a primeira fase será o troço Luanda/Malanje”, disse.
Uma outra informação avançada pelo ministro é a das obras do Novo Aeroporto Internacional de Luanda.
Segundo Ricardo D’Abreu, as mesmas retomam em Janeiro, estando, neste momento, a ser solucionados os problemas logísticos e administrativos para a vinda de técnicos chineses (principais empreiteiros).
“Apesar da reformulação do projecto inicial, não haverá derrapagem, mantendo se o investimento inicial de 1,4 mil milhões de dólares previstos, financiado por uma linha de crédito da China”, garantiu.
O ministro fez saber ainda que, dadas as questões logísticas, será redefinido o cronograma das obras. A expectativa é que tenham um prazo de dois anos.