O trabalho em rede como elemento fundamental para mobilização de fundos em Angola

Notícias de Angola – A 27 de Fevereiro, celebrou-se o Dia Mundial das Organizações Não Governamentais (ONGs), também conhecidas como Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Foi com base a este espírito que procurei abordar sobre a necessidade de existir um trabalho em rede para mobilização de fundos/financiamentos, principalmente no contexto angolano onde esses recursos estão cada vez mais escassos ou dominados por um grupo muito pequeno.

A data, criada em 2014, surge para reconhecer a importância dessas entidades que, ao redor do mundo, actuam sem fins lucrativos para transformar realidades e promover o bem comum.

Numa altura em que os países lançam-se em várias frentes para estar em sintonia com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), a chamada Agenda 2030.No país, há um movimento social que cresce a cada dia que passa, em função das inúmeras organizações da sociedade civil que desenvolvem o seu trabalho em prol do desenvolvimento social, económico, cultural do país nas diferentes localidades.

Estas organizações, sejam elas, associações, núcleos, movimentos, ou empresas, procuram dar vida ao terceiro sector que busca incansavelmente por mais espaço no quotidiano angolano, a mercê das enormes dificuldades que as populações, principalmente, no interior enfrentam.

A literatura considera a Organização Social como sendo a forma em que uma sociedade estruturada é organizada e o papel que cada um recebe no meio envolvente.O certo é que a organização da sociedade é influenciada pelos comportamentos e pelo relacionamento entre pessoas individualmente ou em grupo, olhando para a cultura de cada povo, que organiza-se de uma forma diferente.

Quando falamos de grupos sociais, precisamos de antemão olhar para um elemento fundamental, que é a chamada estrutura social, considerada como a divisão da sociedade em camadas sociais, as quais surgem mediante factores económicos, sociais, políticos e religiosos, entre outros.

Desta forma, a estrutura social pode ser classificada em familiar, política, económica, cultural, religiosa, educacional, militar, entre outras.A estrutura social é formada pelas organizações padronizadas das sociedades, que são tanto emergentes quanto determinantes das acções dos indivíduos.

A essa estrutura social atribui-se o sistema de estratificação socioeconómico (como a estrutura de classe), instituições sociais, ou outras relações padronizadas entre grandes grupos sociais, podendo ser descrita como normas que formam o comportamento de indivíduos pertencentes a um sistema social.

O país, enquanto um todo, tem um único sistema em que as organizações sociais são parte, quer dos problemas como das suas respectivas soluções.

É no conhecer os problemas e focar-se nas soluções que deve estar centrada a acção de todos os entes que intervêm neste segmento, como forma de minimizar o impacto dos problemas.

Em Angola, como em outras realidades do mundo, as parcerias chegam a ser o caminho ideal para sobrevivência financeira destas organizações, quer sejam as de grande impacto como aquelas que estejam a marcar os primeiros passos.

As organizações com mais experiências podem servir de orientadoras para aquelas que estejam a marcar os primeiros passos, mostrando caminhos e facilitando o relacionamento com empresas que estejam a patrocinar projectos socioculturais, contribuindo para um futuro mais inclusivo, justo e sustentável, sem gerar custos extras para o patrocinador.

Aqui, estas organizações fazem uma conexão directa com outras organizações, estabelecem laços, permitem que os seus especialistas, técnicos, voluntários…estejam conectados com os membros de outras organizações, tendo acesso a informações estratégicas que possam permitir a obtenção de melhores resultados para as suas organizações e até para as comunidades onde estejam a intervir.

O importante é que haja processos transparentes e claros, porque no trabalho em rede apenas existem benefícios, oferecendo oportunidades para troca de experiência e conhecimento, permitindo perceber melhor o processo em que outras organizações estão a actuar, evitando desta forma a repetição de erros ou falhas já vivenciadas por outros.

O trabalho em rede é tão fundamental, porque permite que outros não tenham a necessidade de repetir os mesmos erros cometidos pelos membros da rede que dispõem de maior experiência.

No trabalho em rede, as organizações devem agrupar-se em função da especialidade e experiência e de cada um, para que haja maior produtividade e alcance de resultados satisfatórios.