Ministro da tecnologia anuncia construção de novo satélite

O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação angolano, José Carvalho da Rocha, anunciou oficialmente a construção de um novo satélite, que tem a perspectiva de ser entregue dentro de um ano e meio.

José Carvalho da Rocha revelou o facto numa entrevista que o Jornal de Angola programa publicar esta segunda-feira, 23 de Abril de 2018. Representantes da empresa russa construtora do anterior satélite, o Angosat-1, farão um ponto de situação sobre o que aconteceu ao equipamento, orçado em 320 milhões de dólares.

O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, segundo o Jornal de Angola, disse que o próximo satélite terá mais capacidade e será mais sofisticado que o antecessor.

Quanto ao anterior, o ministro limitou-se a declarar que se “registaram perturbações” no seu funcionamento, desde o lançamento, sem entrar em pormenores.

A avaliação definitiva do que se passou com o Angosat-1 caberá unicamente aos representantes da Roscosmos, o consórcio espacial estatal russo que construiu o primeiro satélite angolano, o Angosat-1 tem um seguro de 121 milhões de dólares, que, em caso de acidente ou desaparecimento, cobre a totalidade dos custos da sua substituição.

Lançado na noite de 26 de Dezembro de 2017, através do foguete transportador ucraniano Zenit, a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, o satélite levou sete horas para estacionar na posição orbital 14.5 E, onde permaneceria pelos 15 anos (tempo de vida útil).

Depois do lançamento, o artefacto entraria em testes, durante dois a três meses, findo os quais estaria apto para ser utilizado, facto deveria acorrer a partir do mês em curso.

O satélite geoestacionário estaria localizado a 36 mil quilómetros acima do nível médio do mar e a sua velocidade coincidiria com a da rotação da Terra, da qual cobriria um terço da sua superfície total.

A sua abrangência de cobertura do sinal de recepção na banda C tinha sido concebida para cobrir todo o continente africano e parte da Europa, o satélite angolano possui um centro primário de controlo e missão em Angola, na comuna da Funda, norte da província de Luanda, e outro secundário na Rússia, em Korolev.

O Angosat-1 foi construído em cinco anos, mais precisamente a partir de 2012, como resultado de um acordo rubricado, em 2009, entre os governos da República de Angola e da Federação da Rússia.

Eventual destruição, desaparecimento ou inoperância do primeiro satélite angolano seriam apenas mais uma nota negra na longa lista mundial de ocorrências do género.

Reza a história que países mais desenvolvidos, como a Rússia, China, Índia e Estados Unidos, tiveram, em ocasiões distintas, várias ocorrências negativas com satélites.

Muitos desses registos resultaram no desaparecimento definitivo e inexplicado dos equipamentos lançados ao espaço, ou, simplesmente, na sua destruição total.

 

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