O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) anunciou nesta ter-feira, a retirada da cidade estratégica de Uvira, tomada na semana passada, no leste da República Democrática do Congo (RDC).
A decisão, de acordo com um comunicado assinado pelo coordenador da Aliança do Rio Congo/Movimento 23 de Março (AFC/M23), Corneille Nangaa, é em obediência ao pedido dos Estados Unidos da América.
O líder da coligação afirmou tratar-se de “uma medida unilateral de promoção da confiança para dar ao processo de paz de Doha a melhor oportunidade possível de alcançar soluções duradouras para o conflito”.
“A AFC/M23 vai retirar unilateralmente as suas forças da cidade de Uvira, a pedido da mediação dos Estados Unidos”, enfatizou Nangaa em comunicado.
Nangaa instou, em nome daquela aliança militar, os “garantes do processo de paz a estabelecerem medidas adequadas para a gestão da cidade, incluindo a desmilitarização desta, a protecção da população e infraestruturas e a fiscalização do cessar-fogo através do destacamento de uma força neutral”.
A declaração foi divulgada depois de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter advertido, no sábado, que “as acções do Ruanda” no leste da RDC constituem “uma clara violação dos Acordos de Washington” e que os Estados Unidos tomariam medidas para garantir o cumprimento das promessas feitas ao Presidente” Donald Trump pelos presidentes do Ruanda, Paul Kagame e da RDC, Félix Tshisekedi.
A cidade Uvira, no leste da República Democrática do Congo, foi ocupada na passada quarta-feira pelo M23, um poderoso grupo rebelde apoiado pelo Ruanda, de acordo com a ONU e vários países ocidentais. A cidade, localizada nas margens do lago Tanganica e na fronteira com o Burundi, serviu como sede do governo designado por Kinshasa em Kivu do Sul após a queda de Bukavu, capital provincial, nas mãos do M23 em fevereiro passado.