Fonte: Angop
O Presidente do MPLA, João Lourenço, reiterou, hoje quinta-feira, o direito à manifestação nos marcos da lei, mas condenou os actos de desacato, na via pública, ocorridos sábado (24), em Luanda.
Segudo a agência angola press (Angop), no último sábado, dezenas de cidadãos, incentivados por activistas da sociedade civil e membros da UNITA, tentaram protestar contra a não indicação de uma data para as eleições autárquicas, a falta de emprego e por melhores condições sociais.
A tentativa de manifestação, não autorizada, foi frustrada pela Polícia Nacional, numa altura em que o país vê reforçadas as medidas restritivas de prevenção e combate à Covid-19, que proíbem ajuntamentos de mais de cinco pessoas, na via pública.
João Lourenço, que falava na abertura da IV sessão ordinária do Comité Central do MPLA, considerou estes actos “tristes” e de “desrespeito” ao Decreto Presidencial, que proíbe ajuntamentos populacionais.
“O envolvimento directo da UNITA e dos seus deputados à Assembleia Nacional, devidamente identificados, é reprovável e deve merecer o mais veemente repúdio da sociedade angolana, que não pode permitir que partidos políticos com assento parlamentar incitem jovens à desobediência civil”, sublinhou o também Presidente da República, João Lourenço.
Para o Presidente do MPLA, a UNITA deve assumir os seus actos e irresponsabilidades, que podem contribuir para o aumento acentuado de novos casos de contaminação pelo novo Coronavírus.
No entender de João Lourenço, este comportamento da UNITA pode comprometer e deitar por terra todo o esforço que a Nação vem fazendo no combate à pandemia.
Desde Março do ano em curso, as autoridades angolanas intensificaram o investimento em hospitais de campanha, camas, ventiladores, material de biossegurança e laboratórios de biologia molecular, no quadro das medidas para conter a propagação do novo coronavírus.
Segundo João Lourenço, a desobediência das medidas, contra a Covid-19, pode levar o país a entrar, novamente, em Estado de Emergência o que “gostaríamos de evitar”, pelas consequências graves na vida das famílias, social e profissional das pessoas e na economia do país.
De acordo com o líder do partido com mais assentos no Parlamento, não é concretizável a estratégia de tornar o país ingovernável para forçar negociações bilaterais, nem a probabilidade de réplica, pelo país, dos desacatos ocorridos em Luanda.
Assegurou que as autoridades competentes vão continuar atentas e cumprir o seu papel na manutenção da ordem pública e fazer cumprir as medidas tomadas no quadro da Situação de Calamidade Pública.