O país vai registar a partir de 19 de Setembro mais um processo censitário, que exige a colaboração de todos os cidadãos residentes no território angolano, para que se possa ter noção ou confirmação do número real de habitantes.
Por: Hermenegildo Manuel
A projecção da população do Instituto Nacional de Angola (INE) para 2024 aponta que o país conta com mais de 35 milhões de habitantes, sendo maioritariamente mulheres e jovens.
Esses dados não fogem muito da realidade de África que é, actualmente, o continente mais jovem do mundo, tendo a sua população em rápido crescimento.
Os especialistas entendem que África deverá compensar grande parte do declínio populacional noutras partes do mundo nas próximas décadas, porque em consequência, até 2050, uma em cada quatro pessoas em idade activa no mundo poderá ser africana.
Os dados actuais apontam que, hoje em dia, mais de 60% dos africanos têm menos de 25 anos, o dinamismo demográfico acarreta enormes desafios e oportunidades.
Tal como no continente, Angola deve realizar de 10 em 10 anos o recenseamento, que é uma pesquisa realizada periodicamente para a colecta de dados da população de um determinado território.
Em Angola, o Censo será realizado em todo o território nacional, nas 18 províncias, 164 municípios e 562 comunas, distritos, bairros e aldeias nas áreas urbanas e rurais, cuja recolha vai durar 30 dias.
O Censo vai atender uma série de objectivos, como melhorar a elaboração de políticas públicas, para que sejam mais assertivas, permitindo uma real equidade na distribuição de riqueza, devendo facilitar o acesso à educação, saúde, emprego, construção de habitações, entre outros elementos indispensáveis.
Não estou a querer dizer que a realização do Censo traduz-se efectivamente no acesso igualitário aos recursos disponíveis, mas que permite ao fazedor de políticas ter melhor informação na altura de conceber tais políticas para que elas sejam mais próximas da realidade.
De 2014 a 2024, apesar as projecções indicarem os mais de 35 milhões de habitantes, a verdade é que muita coisa mudou, sendo que o Iphone tinha apenas 7 anos de existência e já se passaram 17 anos, tanto mais é que está a falar-se do 15…
É apenas para lhe dizer que em uma década muita coisa muda, principalmente porque as transformações no mundo inteiro acontecem de forma muito acelerada, onde a população cresce a cada dia que passa, sem esquecer o surgimento de novas tecnologias que exigem adaptação.
O Censo permite que se saiba como as pessoas estão, onde e como estão, para que se consiga planificar em função de uma base concreta.
Censo de 2024 vai servir para confirmar ou não os dados existentes. Então, responder o recenseador é uma das várias formas de participar na vida pública e política do país.
O certo é que todos devemos colaborar para que este processo aconteça da melhor forma possível, respondendo aos recenseadores, pois todas as informações são devidamente protegidas.
Essa é uma das formas de participar na vida pública e política do país, pois, com a realização do processo censitário, os fazedores de políticas públicas têm em posse mais informações para melhor tomar as decisões.
É bem verdade que às vezes as coisas não são como parecem, mas é de todo certo que sem indicadores é como mirar no escuro, logo, mais vale participar de um processo inclusivo e abrangente como o censo.
Temos todos a oportunidade de responder aos inquiridores no terceiro recenseamento do país depois de 1970 e 2014. Então! Meu jovem. Responder é participar também na vida pública do país.
Mestrando em política social.