Quase três meses depois das eleições na Itália, os partidos, antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a Liga (extrema-direita), devem apresentar hoje, ao presidente Sergio Mattarella o nome para ocupar o cargo de primeiro-ministro.
A reunião, sem hora marcada, deve acontecer no período da tarde. Nos últimos dias, os jovens líderes dos dois partidos, Luigi Di Maio (M5S), de 31 anos, e Matteo Salvini (Liga), 45, concluíram um acordo, aprovado por 90% de suas bases, um “contrato de governo” que pretende deixar para trás a austeridade e lutar contra as “directrizes” de Bruxelas.
Os dois sonhavam em dirigir o primeiro governo antissistema da Itália, mas a disputa de egos e os resultados das legislativas os obrigaram a escolher uma terceira pessoa para o posto de chefe de Governo.
Segundo a imprensa italiana, Di Maio e Salvini ocuparão cargos importantes: o ministério do Interior para Salvini e o de Desenvolvimento Económico, que inclui a pasta do Trabalho, para Di Maio.
“Chegamos a um acordo sobre o chefe e os ministros de governo e esperamos que ninguém apresente o veto a uma escolha que representa a vontade da maioria dos italianos”, anunciou Salvini no domingo.
A imprensa aposta no nome de Giuseppe Conte, de 54 anos, como primeiro-ministro, um jurista e académico de Direito em Florença e Roma, especialista em justiça administrativa.
Apesar de ser praticamente desconhecido da população, Conte possui uma longa trajectória em universidades estrangeiras de prestígio, como Yale, Cambridge e Sorbonne.
Outro nome citado é o de Andrea Roventini, de 41 anos, um economista que é professor na Universidade de Pisa.
Parte da imprensa também menciona Paolo Savona, de 81 anos que foi ministro da Indústria entre 1993-1994 e que sempre foi contrário ao tratado europeu de Maastricht.