Huawei considera cultivo de talentos pilar fundamental para o desenvolvimento da indústria de TIC em África

Por: Ivanine Silva

A multinacional chinesa, Huawei, pretende melhorar a competência de mais de 600 mil profissionais de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), até 2023.

Trata-se de uma série de campanhas vocacionadas para o ecossistema de talentos na África subsariana, como “Seeds for the Future” e “ICT Competition”, cujo o objectivo é de preencher a lacuna de talentos nesta área, avançando na transformação digital das indústrias.

Segundo o documento que o NA, teve acesso nesta segunda-feira, um total de 66 estudantes universitários angolanos, das áreas das engenharias das províncias de Luanda, Benguela, Namibe e Malanje, terminam na última semana, o programa de capacitação em tecnologias avançadas e imersão cultural “Seeds for the Future” (Sementes para o Futuro), implementado pela Huawei em parceria com a UNITEL.

Face às restrições impostas pela OMS devido a pandemia COVID-19, a formação ministradas por especialistas mundiais da Huawei, que teve início no passado dia 19, foi realizada via online durante e teve a duração de cinco dias, com término marcado no dia 23. Durante este período, os estudantes seleccionados conheceram soluções inovadoras de redes de banda larga fixa e móvel 5G, de computação em nuvem, Internet das Coisas (IoT) e aprenderam mais sobre o conceito de cidades inteligentes.

Em visitas virtuais, os estudantes tiveram contacto com o ambiente de trabalho de uma empresa “gigante” da área das tecnologias de informação e comunicação como a Huawei. Interagiram com os profissionais que estão na sede da multinacional, visitaram os laboratórios de investigação e desenvolvimento, assistiram a demonstrações de soluções tecnológicas inovadoras e aprenderam de perto quais as competências necessárias para ter sucesso na área das TICs, num ambiente multicultural, inovador e criativo.

O programa seleccionou os melhores estudantes de todo o país com menos de 30 anos de idade, matriculados a partir do terceiro ano em universidades ou institutos superiores acreditados pelo Governo de Angola nas seguintes áreas de estudo: Engenharia Electrotécnica e Telecomunicações, Engenharia de Informática, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia Electromecânica, Ciências da Computação, Engenharia de Redes, Informática de Gestão, Engenharia Mecatrónica e Engenharia Electrónica.

De periodicidade anual, o programa “Seeds for the Future” deverá promover a excelência dos melhores estudantes das universidades angolanas.

Experiência do ICT Competition 2019

Por outro lado, a Huawei tem oferecido anualmente, aos melhores estudantes de engenharia de vários países, a possibilidade de participarem na competição global de tecnologia de informação e comunicação, a ICT Competition, onde em 2019, quatro estudantes angolanos representaram o país nas eliminatórias regionais em Joanesburgo, África do Sul, os mesmos conseguiram incluir Angola na lista dos quatro países que representaram a região da África subsariana na grande competição final que aconteceu em Shenzen, na China.

O técnico de Plataformas da Ucall, José Simão, foi um dos participantes e conta a sua experiência: “Quando chegámos à África do Sul, fomos muito bem acolhidos pelo staff da Huawei. Os representantes da empresa são muito educados, notou-se isso tanto na África do Sul como na China. Aprendi muitos conceitos a nível de redes de computadores, que têm sido úteis para a minha vida profissional como técnico de plataformas”.

Por seu lado, José Monteiro, que foi o instrutor da equipa e também conseguiu um emprego na Velonet depois de ir a esta competição, referiu que, “A nossa participação na China foi muito boa, tivemos a oportunidade de interagir com pessoas de diversas nações, diversas culturas, foi muito interessante.”

No mesmo sentido, o técnico da ITA, Joaquim da Conceição, testemunha que viveu “muitas experiências” e fez “muitas amizades que duram até hoje, principalmente com os irmãos moçambicanos”.

“Melhorei as capacidades técnicas, o que ajudou bastante a identificar vários problemas que tenho tido com clientes no dia-a-dia”, finalizou.

Para Luis Almeida, campeão nacional do ICT em 2019, a interacção com técnicos de outros cantos do continente foi o ponto de realce. “Foi muito ‘fixe’. Lembro-me bem que, quando estávamos na gala da cerimónia final na África do Sul, um dos colegas do Botswana disse-nos “Se vocês venceram, então também venci”. Foi muito bom ouvir isso de uma pessoa de outro país”. A participação no ICT deu ao jovem a primeira oportunidade de emprego, como técnico de redes no BFA. “É muito gratificante”, regozija-se.

Os desafios do ICT Competition foram os que mais marcaram outro dos participantes, Neves Cutambo.

O técnico de redes do BFA adianta que “a experiência de se preparar para uma prova de certificação, o contacto com os colegas, para além dos links que se estabelecem sempre que uma pessoa é submetida a uma competição do género, foi muito boa”. “O ICT Competition proporcionou-me oportunidades de emprego como instrutor na academia do ITEL, no CEFITEL e depois no BFA, por recomendação da Huawei”, confidenciou.

Por último, o responsável pelo Ecossistema de Talentos da Huawei em Angola, Luís Erivaldo, recorda que a experiência foi tão entusiasmante como difícil. “Entusiasmante, porque foi a primeira vez a participar na competição; e difícil, porque tivemos de fazer uma preparação de base, de raiz, com todos os estudantes”, explica.

A percepção individual de cada participante é única, mas todos concordam que esta experiência possibilitou-lhes desenvolver habilidades, ganhar visibilidade, alargar a sua rede de contactos e crescer profissionalmente. Hoje, estes jovens alcançaram a inserção no mercado de trabalho, o que lhes permitiu aplicar os seus conhecimentos, progredir nas suas carreiras e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida das suas famílias.

Apesar da situação actual em todo o mundo, estes programas da Huawei na região da África subsariana não vão parar. O objectivo é formar 600 mil técnicos até 2023. Com isto, a multinacional dá um passo mais para a transformação digital de todos os sectores produtivos do país, levando o digital a cada pessoa, lar e organização, rumo a um mundo totalmente conectado e inteligente.

Fundada em 1987, a Huawei está presente em mais de 170 países e possui uma força de trabalho de 194.000 funcionários, sendo cerca de 50% dos setores de P&D.

A Huawei é o maior fornecedor mundial de equipamentos de telecomunicações e o segundo maior fabricante de smartphones.

A empresa está posicionada em 49º lugar no índice Fortune Global 500.

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