Notícias de Angola – No cenário global, governos estão enfrentando o desafio de equilibrar seus orçamentos e promover o crescimento econômico sustentável. Uma das medidas adotadas por diversas nações é o corte de subsídios de combustíveis, que têm impacto significativo nas finanças públicas e no bem-estar da população.
O desastre econômico da Venezuela, imenso e trágico pode ser copiado por outros países. Um exemplo do momento é o caso de Angola, país que há anos tem sido afetado pelo peso desses subsídios em sua economia. Com gastos anuais que chegam a cerca de 5 bilhões de dólares e um aumento progressivo ao longo da última década, o governo angolano está em uma encruzilhada.
Continuar sangrando a economia para beneficiar uma minoria? Ou acabar com essa festa de poucos e ajustar o rumo da economia? O interessante é que em 2015 Angola fez uma reforma bem-sucedida. Os preços foram liberados para seguir o mercado. Mas ninguém explica por que nem como os subsídios voltaram e ainda estão drenando recursos bons para “nada”.
Não funciona mais
O subsídio de combustíveis, que em seu início pode ter sido benéfico para a população em geral, tornou-se uma medida que beneficia apenas uma minoria privilegiada. Esse cenário de desigualdade, aliado à falta de coragem e inteligência por parte dos líderes econômicos, levou a economia angolana a uma situação insustentável.
De acordo com especialistas, adiar a decisão de cortar esses subsídios acarreta graves consequências.
O ex-ministro Ailton Barcelos-Fernandes, (uma vez Ministro da Indústria e Comércio, e uma segunda vez Ministro da agricultura no Brasil) destaca três erros fundamentais:
1.Graves perda de oportunidades de crescimento econômico,
2 Graves desequilíbrio fiscal e endividamento, muitas vezes
irreversível
3. Injustiça estrutural, além do agravamento crescente da desigualdade social e da pobreza.
Ailton Barcelos-Fernandes afirma que subsidiar combustível fóssil é andar na contramão do mundo sustentável. Ainda que os países serão avaliados por sua capacidade de criar politicas de preservação do meio ambiente, transporte publico, educação e saúde para transformar os cidadãos em agente de competitividade.
Para evitar uma crise iminente, Angola está se aproximando do chamado “Point of Safe Return” (PSR), o ponto de retorno seguro, onde, passando desse ponto, a reversão da situação se torna cada vez mais difícil.
Ailton Barcelos-Fernandes afirma que subsidiar combustível fóssil é andar na contramão do mundo sustentável. Ainda que os países serão avaliados por sua capacidade de criar politicas de preservação do meio ambiente, transporte publico, educação e saúde para transformar os cidadãos em agente de competitividade.
Para evitar uma crise iminente, Angola está se aproximando do chamado “Point of Safe Return” (PSR), o ponto de retorno seguro, onde, passando desse ponto, a reversão da situação se torna cada vez mais difícil.
Essa situação, entretanto, não é exclusiva de Angola, visto que outros países já enfrentaram desafios similares. Venezuela já passou do “PSR”.
No início da Pandemia os USA adotou subsídios, porém em menos de 10 meses retirou-os.
Em comparação, os de Angola já duram quase uma década. Outros países como Irã, Nigeria e Indonesia adotam. Estados Unidos, Canada, Australia, Reino Unido e Alemanha optam pela flutuação e economia de mercado.
Países que adoram e os que não adotaram subsídios
O Brasil adotou no Governo recente da Presidente Dilma Rousseff e foi um desastre. Quase faliu a Petrobras e gerou milhares de desempregados.
Angola possui subsídios de combustíveis, que têm sido um fardo significativo para sua economia. Esses subsídios estão em vigor há pelo menos uma década, com gastos anuais de cerca de 5 bilhões de dólares.
Estados Unidos não têm subsídios de combustíveis em nível federal. Os preços dos combustíveis são determinados pelo mercado, refletindo diretamente a oferta e demanda.
Ailton Barcelos-Fernandes
Ex-Ministro Indústria e Comércio Ex- Ministro Agricultura do Brasil.