Governo da Tunísia aprova novo pacote de reformas

O Governo da Tunísia, aprovou, neste fim de semana, no final de uma reunião de emergência, um novo pacote de reformas sociais, depois de ser confrontado durante mais de uma semana com violentas manifestações de rua, respondendo desta forma as preocupações da população.

Esta reunião aconteceu no mesmo dia em que se assinalou a queda do deposto Presidente Zine al-Abidine Ben Ali, a primeira grande vítima da chamada “Primavera Árabe” que começou precisamente há sete anos.

Ao fim de sete dias de violentas manifestações contra o aumento de preços  de  bens de primeira necessidade, que decorreram em quase todas as cidades da Tunísia, a polícia continua a intervir de forma cada vez mais dura tendo já detido mais de 800 pessoas,  numa altura em que já se registou uma morte, de acordo com dados oficiais e um número indeterminado de feridos, entre populares e polícias.

O pacote de propostas para a aplicação de reformas sociais, aprovado pelo Governo, vai agora ser submetido ao Parlamento e inclui temas como a assistência médica, o aumento da ajuda aos mais carenciados, o congelamento ou a diminuição da taxa de aumento de  combustíveis e das comunicações, além da fixação de uma nova verba para assistência aos mais carenciados.

Os confrontos no país começaram no início do mês, quando o Governo tunisino anunciou uma série de aumentos directos de preços, a retirada de subsídios a determinados produtos previstos no Orçamento Geral do Estado para 2018 e uma subida de impostos.

Em Dezembro, pouco antes da divulgação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, uma equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) esteve em Túnis e aconselhou o Governo tunisino a tomar “medidas urgentes” para reduzir o seu desequilíbrio orçamental.

Nos últimos sete anos da era pós “Primavera árabe”, sucessivos governos falharam as tentativas de resolver o problema do desemprego, da pobreza e da insegurança, uma situação que se revelou fatal num país cuja principal indústria é o turismo.

 

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