O ex-ministro da Saúde, José Van-dúnem negou, nesta segunda-feira (15), em tribunal, qualquer envolvimento no caso de desvio de dinheiro do fundo global, destinado ao programa de combate à malária.
José Van-dúnem afirmou nesta segunda-feira, em tribunal que a única envolvência foi o facto de ter assinado as transferências na qualidade de ministro, uma vez que tudo parecia normal, e segundo o Jornal de Angola, o ex-ministro, declarou que assinou o documento que permitia a transferência do mesmo dinheiro, porque todos os processos apresentados aparentemente pareciam estar certos.
Interrogado pelo juiz se em algum momento beneficiou, à título pessoal, de algum valor proveniente das transferências consideradas ilegais, José Van-dúnem respondeu que não, afirmação confirmada pelos três principais arguidos do processo.
José Van-dúnem sublinhou que quando o caso despoletou, ficou muito surpreso, porque Sónia Neves, até então directora administrativa e financeira da unidade técnica de gestão do fundo global, era boa funcionária com bom curriculum e era de muita confiança. Foi por este motivo, prosseguiu José Van-dúnem, que no primeiro momento o Ministério da Saúde constituiu uma comissão de inquérito, onde Sónia Neves fazia parte e chegou mesmo a apresentar um relatório.
O ex-governante sustentou que a Unidade Técnica de Gestão utilizava um software denominado primavera, que não permitia que se apagassem os rastos de qualquer operação feita, mas com as avarias apresentadas neste software passaram-se a fazer as operações no Excel, que não permite ver aquilo que é eliminado.