Fonte: Angop/NA
O secretário-geral da Associação dos ex-militares Guineenses que combateram em Angola, Zio Gaspar Koloorou, considerou, em Conakry, histórica a visita que o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, realiza ao seu país.
O Presidente angolano, João Lourenço, chegou na tarde desta quinta-feira (29) a Conakry, onde sexta-feira (30) e sábado (31) realiza uma visita de Estado, a convite do seu homólogo, Alpha Condé.
“Sinto que os dois presidentes estão a seguir os caminhos de Sékou Touré e de Agostinho Neto. Empenham-se em libertar o continente africano cada um na sua região”, afirmou o também ex-militar guineense na reforma.
Zio Gaspar Koloorou, que combateu em Angola, de Fevereiro a Setembro de 1976, sublinhou que a visita do Presidente angolano a Guiné é um momento importante para os dois países.
Em declarações aos jornalistas angolanos, na capital Conakry, o ex-militar, que agora se dedica à produção de café e mangas, manifestou o desejo de voltar a Angola, 45 anos depois.
“Desde sempre este foi o nosso desejo, porque queríamos ver como é que o país ficou”, adiantou Zio Gaspar Koloorou, que manifestou a intenção de visitar os túmulos dos soldados guineenses mortos em combate na região de Menongue, no Cuando Cubango.
“Leio muito sobre o país. Me parece que Angola cresceu muito”, frisou.
Outro guineense, que com o seu saber apoiou Angola, é o veterano jornalista Samba Touré, que foi correspondente da imprensa internacional e trabalhou para as agências de notícias Reuters (inglesa) e France Press (francesa).
“Conheci um responsável angolano, Dombele Mbala Bernardo, um diplomata que trabalhou em várias embaixadas de Angola no exterior, fundamentalmente, em Libreville (Gabão), Abidjan (Côte d’Ivoire), Conakry (Guiné) e Dakar (Senegal)”, disse Samba Touré.
O jornalista que, com o seu trabalho, contribuiu para projectar uma melhor imagem de Angola no exterior nos primeiros anos de independência, destacou o contributo do seu país com homens e material para a causa angolana, no quadro dos ideais do panafricanismo.
O panafricanismo é uma doutrina que propõe a união dos povos da África, como forma de potencializar a voz do continente no contexto internacional, ideologia a partir da qual foi criada a Organização de Unidade Africana (1963), antecessora da actual União Africana.
Em Conakry, o Presidente João Lourenço será condecorado com a Grã-Ordem Nacional da República da Guiné, e, ao mesmo tempo, realizam-se reuniões ministeriais para o reforço da cooperação bilateral nas áreas dos recursos minerais, petróleo e gás e defesa e veteranos da pátria.