O Estado angolano denunciou ontem uma tentativa de extorsão de 55 milhões de dólares por parte da empresa privada norte-americana Africa Growth Corporation (AFGC).
O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, que denunciou o caso em conferência de imprensa, indicou que a AFGC instaurou, no Estados Unidos, uma acção cível contra o Estado angolano, o ex-procurador-geral da República, João Maria de Sousa, um ex-governador de Luanda e o general António Andrade e o filho Miguel Andrade.
Francisco Queiroz afirmou que a referida empresa pretende envolver o Estado angolano num negócio entre companhias privadas por entender ser “mais fácil extorquir dinheiro do Estado do que negociar com o parceiro privado angolano, intentar acções ou agir legalmente contra a empresa privada angolana, sua parceira comercial”.
“A empresa norte-americana entende que o elo mais fraco, mais vulnerável é o Estado angolano e, portanto, dirige as suas baterias e as suas estratégias contra o Estado angolano”, afirmou.
O ministro disse que o Estado angolano está a ser vítima de um ataque à sua reputação e ao bom nome por parte de uma empresa privada norte-americana que se envolveu com uma empresa privada angolana numa relação comercial.
Francisco Queiroz esclareceu que esta relação privada entre as duas empresas terá corrido mal e a empresa norte-americana viu-se prejudicada nos seus interesses comerciais. A empresa americana, disse, pretende agora que o Estado angolano suporte o fracasso do negócio que a mesma avalia em cerca de 47.500 mil dólares.
O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos explicou que a AFGC propôs ao Governo a compra do edifício construído com o seu financiamento e esbulhado pela parceria angolana, e receber em troca 55 milhões de dólares.
A proposta, acrescentou o ministro, foi recusada pelo Governo angolano pelo facto de não fazer parte desta relação comercial privada.
“Se o fizesse, o Estado estaria a usar indevidamente fundos públicos para fins diferentes daqueles a que se destinam, contrariando os pressupostos de combate à corrupção e desvio de fundos”, afirmou Francisco Queiroz. Para a concretização desta acção, o ministro disse que esta empresa decidiu adoptar uma estratégia de pressão sobre o Governo angolano, intentando uma acção judicial contra o Estado angolano em tribunais dos Estados Unidos. Para Francisco Queiroz, trata-se de uma acção sem fundamento.
Fonte: JA