“O Fado não se dança” foi o tema do espetáculo conferência que reuniu nesta semana 180 pessoas amantes das artes, no Anfiteatro Wyza da Fundação Arte e Cultura, na Ilha de Luanda, bairro Casas Novas.
Homens de artes, mulheres ligadas ao sector da comunicação, gestores e administradores viveram o evento onde a curiosidade pelo tema do espetáculo-O Fado não se dança- foi, inicialmente, um alvo a “matar”. O espetáculo conferência foi uma mistura de teatro, filme, música e dança.
No final do evento, as reações não se fizeram esperar.
Luís Carvalho, docente de artes e responsável do Elinga Teatro, disse que o evento mostrou o quanto a cultura une os povos. “O Fado não se dança é uma performance única, primeiro mostra o que é um fado, sua história. Mostra ainda que, muitas vezes, nós temos traços culturais. Conseguiram fazer uma performance num curto espaço de tempo com uma coisa extremamente inteligente”, disse o homem das artes.
Luís Carvalho reagiu ainda à abertura do novo espaço de espetáculo, o Anfiteatro Wyza, da Fundação Arte e Cultura. Para si, o espaço vem dar resposta à grande necessidade enfrentada pelos artistas.
Nas vestes de público, o Paulo Kussi, director de intercâmbio e planeamento do Ministério da Cultura, disse que o formato do evento acabou sendo uma surpresa.
“Foi um evento fantástico, com muita emoção. Saímos todos muito satisfeitos”, reconheceu Paulo Kussi, que não deixou de enaltecer o novo espaço de arte-o Anfiteatro Wyza.
Djamila Ferreira é poetisa. Segundo disse, o espetáculo foi `maravilhoso´, porquanto, acrescentou, “surgiu-me a ideia de contactar a direcção da Fundação para a realização de um projecto (spokenword) no Anfiteatro Wyza”.
Em 2018 tivemos 12 ensaios e nos apresentamos ao público
Daniela Vieitas é atriz e protagonista do evento que juntou 180 expectadores, aliás, por trás da satisfação do público estava o engajamento de uma equipa na interpretação- António Sande, Alexandre Luís, Daniela Vieitas, Gretel Marin, Kumpesa Sanda e Sofia Esteves e na produção- Edu Batalha e Margarida Silva.
“Sou actriz. Quando vim a Angola, conheci a Sofia que disse cantar fado. Nessa altura senti uma grande vontade de fazer um espetáculo em que conseguisse juntar o teatro e o fado. Então, fui juntando as ideias, agregando pessoas. E assim surgiu a ideia do projecto. Em 2018, tivemos 12 ensaios e nos apresentamos ao público. Nesta edição tivemos apenas três ensaios”, disse Daniela Vieitas, adiando a revelação da data para o próximo espetáculo.
Daniela Vieitas disse que o anfiteatro Wyza é de todo vantajoso para um artista, na medida em que, justificou, tem grande capacidade técnica, luz, som, projector, tela. “Isto é vantajoso porque diminui o trabalho de produção e os custos. Por isso estamos gratos pelo apoio da Fundação Arte e Cultura por disponibilizar o espaço e as pessoas”, disse.