A unidade de estudos económicos do Banco Português de Investimento (BPI), considerou que a emissão de dívida pública de Angola, foi um passo histórico para o alargamento da curva de maturidades, surpreendendo pela positiva.
Num comentário enviado aos investidores, citado pela agência Lusa, o BPI escreve que “a emissão a 30 anos se trata de um passo histórico para o alargamento da curva de maturidades angolana, surpreendendo pela positiva, já que a expectativa central era de que fosse apenas emitida dívida a 10 anos”.
Angola colocou no mercado de títulos de dívida soberana três mil milhões de dólares norte-americanos em Eurobonds, depois de o ter feito, pela primeira vez, em 2015, altura em que disponibilizou mil e quinhentos milhões de dólares em Eurobonds, com uma maturidade de 10 anos.
Esta emissão foi dividida em duas partes, sendo uma parcela com maturidade de 10 anos, com um valor nominal de 1,75 mil milhões de dólares dos Estados Unidos, com uma taxa de juro do cupão fixada em 8.25 porcento.
A segunda parcela tem maturidade de 30 anos, com um valor nominal de 1,25 mil milhões de dólares dos Estados Unidos, com uma taxa de juro do cupão fixada em 9,375 porcento.
A procura por esta emissão, que a agência de informação financeira Bloomberg considerou ser “a mais sumarenta da África sub-sahariana”, foi o triplo da oferta, o que, para o BPI, indica “o sucesso do “roadshow” (apresentação) levado a cabo pelas autoridades angolanas” e demonstra que “a narrativa apresentada aos investidores foi considerada credível, também auxiliada pela subida recente do Brent e anúncio de cooperação com o FMI”.
Por seu turno, o economista-chefe da consultora Eaglestone considera que este é o momento adequado para Angola estancar a subida da dívida pública dos últimos anos, aproveitando o financiamento internacional, as reformas internas e o apoio do FMI.