Por: Ivanine Silva
Dizemos nós os mais crescidos, sempre que há celebrações que visam saudar a criança, que existe um “minorca” dentro de nós que nunca morre e hoje é um desses dias em que ela sai de dentro para fora, pois a data (16/6-Dia da Criança Africana) assim o exige e a minha criança interior, muito traquina como ela é não quis aquietar-se, ver o dia a passar e apenas pular, brincar e limitar-se a ver as singelas homenagens que a TV só consegue fazer no mês de 06, no famoso Junho-Criança.
Uma data que deveria servir para celebrar a nossa existência e brindar a nossa inteligência, serve mais para refletirmos às quantas estamos, onde nos posicionamos na vida social e quem somos para quem nos governa e deveria velar pelos nossos direitos. Por aqui nem sequer sabem quantas somos, como vivemos, o que comemos, onde estudamos e o que fazemos no nosso dia-a-dia. Será que as nossas vidas importam mesmo?
Mas que pergunta é essa? Se diariamente entre curvas e contra curvas, entre um carro e outro nas longas filas de engarrafamento, nas entradas dos shopping’s e supermercados, nas saídas das bombas de combustível e vários outros locais lá estamos nós com as mãos abertas a espera de uma esmola e a dizer “papoite me dá só 50”, a ver aqueles putos betinhos dentro de grande boter’s a sair dos grandes colégios, enfim, vemos de tudo e de nada. Eita vida dura!
Aos senhores chefes da minha banda, que muito têm feito em prol de suas vidas, de suas famílias e de seus interesses, deixo o meu agradecimento por virem ter com os meus amigos para engraxarem os vossos sapatos, por no fim de semana chamarem outros dos meus amigos para carregarem as vossas compras no mercado do 30 ou na praia da Mabunda, por usarem as minhas irmãs para satisfazeres as tuas vontades sexuais e dares um x, mesmo depois de terem lixado o meu futuro quando desviaram a massa para construir as escolas, as creches, para garantir a minha merenda e assegurar a minha Life mais tarde.
Por aqui os cotas têm sabido ser espelhos do berço da humanidade que mais tem sido da promiscuidade, ganância, desrespeito, desumanidade, enfim, de quase todos os males que só nos tornam o centro das atenções do mundo, conforme nós gostamos e estamos habituados a ser. Eita Mundo Louco!