Por: Miguel Manuel
Vinte e um de Outubro de 1323 declara-se o fim dos Cátaros, após a morte do seu líder, o prefeito Belibaste. 2021, 700 anos depois, será o ano de cumprimento da promessa de seu resurgimento?
O mundo não os conhece, a imprensa não fala deles, muito menos a igreja Católica.
Os Cátaros foram um grupo de religiosos que, tal como os muçulmanos, foram combabtidos pelos líderes da Igreja Católica da época, para evitar a expansão dos seus dogmas e apoderar-se dos seus bens que ganhavam espaço no sul de França e avançava para a península ibérica: Espanha e Portugal e outras ilhas, sob o dominio da Coroa de Aragão ( monarquia da actual Espanha).
Nessa época, a igreja tinha um exército chamado de Os Templários ( ordem dos cavaleiros do templo), criado para as “cruzadas” (guerras travadas pela igreja contra o domínio muçulmano em Jerusalém) que se expandia pelo mar mediterrâneo. Os Templários, depois de conquistarem vários territórios, apesar de, a princípio, evitavarem o materialismo, passaram a ter posses que aguçaram o apetite dos lideres da igreja e reis da época. Com isso, passou a haver traições e trocas de interesses, levando à uma perseguição no período da inquisição ( perseguição que igreja fez a quem considerava promotor de heresia, bissexualidade e defensores da ciência, como Galileu Galilei).
A riqueza acumulada pelos templários financiava a coroa de Aragão e a francesa, quando Filipe IV de França governa. Filipe pediu emprestado dinheiro aos templários para cobrir despesas do seu reino, porém, chegando o momento de pagamento da dívida, passou a acusar os templários de praticarem todo o mal que a igreja perseguia. Resultado: o papa Clemente ordenou a prisão e a morte dos líderes templários. Importa referir que a igreja e a monarquia partilhavam o poder e os interesses.
Nesse período, os cátaros viviam à margem dos conflitos sociais; dedicavam-se a agricultura, com maior insidência para cereais, criação de gado, sobretudo de ovelhas para a produção de lã. Não comiam nada de origem animal, porque evitavam a matança, para eles todos eram iguais e mereciam os mesmos direitos. Com todo o trabalho dos Cátaros, acumulavam riquezas que, tal como a dos templários, aguçou a cobiça da igreja e políticos da época. Começa uma perseguição, levando-os a abandonar os seus bens.
Os Cátaros não construiam castelos nem templos como faziam os Templários, porque não podiam deixar rastros. Apesar de serem pacíficos, a sua atitude chamava a atenção de outros grupos religiosos, que acabavam por se converter aos seus dogmas. Isso enfureceu a igreja, que decidiu queimar o últmo prefeito cátaro, em 21 de Outubro de 1323.
Com a morte do prefeito, a religião cátara enfraqueceu-se pelo facto de, na sua organização, serem esses líderes quem ordenavam as acções e novos membros.
Quer a história dos Templários quer a dos Cátaros fazem parte dos vários segredos guardados pelo Vaticano, há centenas de anos. Mas, nos últimos anos, têm surgido na Espanha e em Portugal, pequenos grupos que reproduzem rituais templários, reclamando sua continuidade.
Vale lembrar que os Templários vestiam-se de roupas brancas com uma enorme cruz vermelha pintada a frente. Outro grupo que se originou deles foram os Hospitalários. Ha quem pense que daí se originou a famosa Cruz vermelha, facto esse não confirmado por outras fontes.
Já os cátaros vestiam- se de forma simples, discreta, com trajes de lã, produzidos por eles mesmos. Sem documentos por eles produzidos nem templos erguidos, hoje, resta pouco para evidenciar as suas marcas.
Por serem protegidos pelos Templários que, igualmente, eram perseguidos, a sua história manteve-se registada. Dessa história,ficou a promessa feita pelos últimos cátaros de que 700 anos depois da sua morte, ” o louro refloresceria” o que queriam eles dizer com tal promessa?
As contas apontam essa data para o dia 21 de Outubro de 2021. Haverá alguma mudança na história do mundo?
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