A formação do UNAM Wolves acaba de se sagrar campeão nacional de Basquetebol da Namíbia. Este clube namibiano tem uma parceria com o Mangolê Basketball Clube, associação de angolanos naquele pais.
Cinco jogadores, com o treinador jogador Bruno Quizola, incluído conquistaram mais um importante trofeu levando o nome de Angola mais longe. Igualmente ainda na 1ª divisão da Namíbia, alinham cerca de dez jogadores angolanos no Quality Basketball Club, que tem igualmente uma parceria com o Mangolê Basketball Club.
Por: Vasco Antão
Belmiro Bruno Quizola, mais conhecido por Coach Bruno fala -me como surgiu o clube Mwangolê Basketball Club na Namibia?
– Em 2012, muitos de nós ainda fazíamos parte de diferentes equipas universitárias na Namibia, (Ex: Polytechnic Of Namibia B.C, Lions B.C, Monitronics Success College Basketbal Club, na qual eu era o treinador), e outros ainda nem se quer faziam parte de uma equipa, mas eramos todos unidos. Dai surgiu me a ideia, de nos sentarmos e dialogarmos sobre a possibilidade de formarmos uma equipa. Era na ótica, de nos identificar-nos como Angolanos praticantes da modalidade na Namíbia. Assim aconteceu e com bastante orgulho por parte de todos nós na época ( Adilson Benjamim, Samuel André, Gilberto Cunha, Edgar dias, Israel Fernandes, Gilson Neri, Sorte Florindo, Alberto Oliveira, Francisco Guilherme, Johnson Dario, Novato Takanho, Flávio Pascoal, Lino Makiona, Edson Cunha, Miguel Hossy, Guilherme Chonhi, irmãos António, e outros mais). Numa altura em que tínhamos equipa A e B a disputar o campeonato, tivemos o nosso ponto alto ao conquistarmos o titulo de campeões nacionais da Namíbia em 2014.
Esta associação serve também para ajudar na sua integração os estudantes angolanos na Namíbia?
– Sim, lembrando que um dos grandes objetivos da associação desde o inicio, era o de arranjarmos formas positivas de interagirmos, mais, na sociedade Namibiana. Sermos aceites com os nossos hábitos e culturas, e achamos que o desporto em particular o basquetebol era uma das melhores formas de nos integrarmos na sociedade namibiana. O objetivo da associação sempre foi de receber e dar oportunidades primeiramente aos angolanos estudantes (interinos) e residentes que sempre desejaram praticar a modalidade.
Quantos jogadores movimentam?
Muitos jogadores tem regressado para o nosso pais, após os deveres cumpridos e ou por outras razões pessoais. Novos angolanos tem integrado a associação, levando assim num total ao longo dos anos de 93 jogadores. Atualmente temos cerca de 30 jogadores na Namíbia.
Como conseguem conciliar os estudos e o basquetebol na Namíbia?
– Na verdade não e fácil conciliar os estudos e o desporto, porque o método de ensino é totalmente diferente que o nosso em Angola. O fator língua dificulta ainda mais. Muita das vezes estuda-se em dois períodos do dia e até aos finais de semanas, deixando quase sem muito tempo, para as atividades desportivas como treinos e jogos. Temos conseguido mesmo assim, a realização e participação em treinos e jogos oficiais.
Que apoios têm para participar nos campeonatos? Qual a abertura das pessoas locais da Namíbia para vos apoiar?
– Temos recebido apoio moral por parte das instituições, como a Embaixada Angolana e outros sectores privados de Angolanos. Alguns apoios financeiros por parte dos familiares dos próprios atletas e simpatizantes da associação. Infelizmente sempre foram muito poucas, mas temos sido muito gratos pelas mesmas, realçando o apoio dado pelo GQI Ltd, Sr. Paulo Canjulo (Dj. Paulo Jordan) e os Srs. José Pedro Quizola e João Pereira, vindo de Angola.
Os jogadores e treinadores são na sua maioria de Luanda ou de outras regiões de Angola?
Por coincidência, até ao momento os treinadores foram apenas da província de Luanda, quantos ao jogadores já tivemos mais de seis províncias diferentes com destaque ás províncias de Luanda e Cabinda.
Decidiram fazer parcerias devido á falta de apoios. Como decorreram os campeonatos na Namíbia?
– Bem, embora devido a falta de apoios para continuar a corrermos com as próprias pernas, a associação fez parceria com dois clubes (UNAM Wolves e Quality Basketball Club) que para além de vários jogadores , também nos têm como treinadores Angolanos.
Neste exato momento o UNAM Wolves sagrou se campeão nacional ao vencer a final do Playoff frente aos Titans, por 4-2, numa final á melhor de sete partidas.
Sagraram se campeões os jogadores Abraão da Silva Mouele (base), Guilherme da Costa Chonhi (Gui Debaba), Miguel Sebastião (Cilio) ( ambos Base -Extremo), Pedro Muyo – Yeta (Poste) e ainda o treinador – jogador de 36 anos, Bruno Quizola.
Coach Bruno Quizola como te sentes a jogar e a treinar ?
– Estou agradecido a Deus, por ter esta capacidade de poder fazer as duas coisas ao mesmo tempo da melhor maneira possível. Fui nomeado varias vezes pelas mesmas categorias, o que me deixa feliz, muito honrado e realizado.
Existem jogadores angolanos a serem contratados por outras equipas?
– Sim, (também é um dos maiores objetivos da associação), muitos jogadores são contratados para jogarem em outras equipas adversarias, com bons contratos e melhores condições. Destaque para o atleta Guilherme Chonhi (Gui Debaba) que teve um contrato de curto prazo por uma equipa Chinesa no campeonato Asiático, lembrando que o mesmo já teve no 1º Agosto e Inter de Luanda em Angola. Mais tarde acabaria por regressar á nossa equipa.
A Associação mantém contacto com os jogadores que regressam pelas mais variadas razões?
– Como já disse antes, por razoes pessoais ou não, que os mesmo terão de regressar para Angola. não faz com que os jogadores desvinculam-se da associação. Todos nos mantemos contactados por via Whatsapp no grupo os Rijus (Mwangole B.C) e por via facebook pagina Mwangolê Basketball Club.
A associação de Angolanos na Namíbia tem outras atividades?
– Sim, como as atividades de Acão Social em comunidades mais necessitadas com parceria das Igrejas, e dentro da associação existe um programa denominado Coach Bruno Traning Camp que tem sido uma grande valia para os Angolanos, Namibianos, Zambiano, Zimbabweanos e Congolezes que não fazem parte da associação mas têm tido oportunidades de aprenderem e aperfeiçoarem o seu A,B e C do basquetebol e as sua condição físicas por quase todo pais.
Gostariam de ter outro tipo de apoios do governo angolano por exemplo?
– Pensamos nós, que um dia o apoio por parte do Governo chegue até a nós, mas até lá, continuaremos a fazer aquilo que amamos, com objetivo de continuarmos a pousar a bandeira nacional de Angola, no mais alto patamar do desporto desta nação namibiana.