Por: NELOY PEDRO
Desde que Angola tornou-se um país independente e soberano em 1975, tem vindo a estabelecer relações políticas, diplomáticas, econômicas e militares com todos os países, com baseno princípio do respeito pela soberania e independência, não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e reciprocidade de vantagens.
Foi nesse espírito que a 19 de maio de 1993, Angola e os EUA estabeleceram relações políticas diplomáticas, dando início a um processo que se tem consolidado em vários domínios, ao longo tempo (não se restringindo ao dos petróleos) incluindo a esfera militar e de segurança.
A recente visita do Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, General do Exército, Francisco Pereira Furtado, a frente de uma importante Delegação, realizou uma visita de Estado aos EUA, de três dias de 6 a 9 de Abril do presente ano.
Entre várias reuniões de trabalho com altos funcionários da Administração norte-americana, onde participou a subsecretária Adjunta de Defesa, Chidi Blyden, a Subsecretária Adjunta para os Assuntos de Segurança Internacional, Celeste Wallander, e o Subsecretário adjunto de Defesa para Política dos Estados Unidos, Colin Kahl, foi chefiada pela parte americana pelo Secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
Desta visita, a delegação angolana, integrada também pelo General de Exército e Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Angolanas, António Egídio de Sousa e Santos e pelo Director adjunto do Serviço de Inteligência Externa, Mário António da Costa, recebeu dos EUA garantias de apoio às reformas governativas na arena política, económica e da justiça, que têm vindo a ser implementadas pelo Presidente da República, João Lourenço.
Entre os resultados da visita ressalte-se a assinatura da Declaração Conjunta onde foi reafirmado o compromisso em fortalecer a cooperação bilateral no domínio da Defesa, alinhada ao Memorando de Entendimento de 17 de Maio de 2017, rubricado entre o Ministério da Defesa de Angola e o Departamento de Estado de Defesa dos Estados Unidos da América. Aliás, a visita se inseriu, também, no quadro do quinto aniversário deste Memorando.
Os EUA reconheceu o papel de liderança que Angola tem exercido na região dos Grandes Lagos, tendo manifestado o desejo de ver “Angola tornar-se o líder pan-africano de manutenção da paz”, atendendo a sua localização estratégica nas regiões da África Austral e Central.
Vale referi que Angola, exprimiu o desejo de acolher, em Luanda, a 7ª Conferência Internacional sobre a Segurança Cibernética, tendo manifestado interesse numa maior envolvência do país na Bacia do Atlântico.
Os EUA também manifestou a disponibilidade em apoiar o processo de modernização das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Salinte-se que entre os temas abordados entre as Delegações dos dois países, abrangem a Segurança Regional, a Cooperação no domínio de Segurança, a Segurança Cibernética, as Operações de Manutenção da Paz, a Estratégia de Segurança Nacional, a Formação Militar e Modernização das Forças Armadas, bem como as Mudanças Climáticas e o seu impacto sobre a Seguranca.
De resto, a julgar pelos interlocutores norte-americanos e pelo conteúdo dos temas abordados, pode facilmente concluir-se a importância que esta visita do Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República aos EUA representa para a consolidação das relações entre os dois Estados.