Angola celebra dia da cultura nacional com ganhos significativos

Notícias de Angola – A República de Angola celebra esta quarta feira (8) o seu dia da cultura em alusão ao discurso proferido pelo fundador da  nação, Agostinho Neto,  na tomada de posse da mesa da assembleia geral da União de escritores angolanos em 1979.

Ao longo desse período vários ganhos têm sido alcançados  no domínio cultural com destaque para a proclamação do Centro Histórico de Mbanza Congo como património mundial da humanidade, assim como as pinturas de areia ( Shona) como património cultural e imaterial  por parte da UNESCO.

A secular cidade angolana de Mbanza Congo, na província do Zaire, foi candidata pelo Governo angolano a Património Cultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), sendo a primeira validada no país por aquela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura.

A decisão de declarar o centro histórico de Mbanza Congo como Património Mundial da Humanidade foi tomada  durante a 41ª sessão daquela comissão, reunida em Cracóvia, no sul da Polónia.

O projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”, que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007.

O centro histórico de Mbanza Congo, na província do Zaire, no norte de Angola, está classificado como património cultural nacional desde 10 de junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial.

A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.

A área classificada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Os trabalhos arqueológicos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descobertas no local denominado “Tadi dia Bukukua”, supostamente o antigo palácio real.

Passaram igualmente pelo levantamento da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediência às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

Dividido em seis províncias que ocupavam parte das actuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências.

O relatório votado a 8 de Julho de 2017 recomenda igualmente a colaboração com outros países na identificação de outros locais e pontos de interesse do antigo Reino do Congo e da rota dos escravos de África para a América, “com potencial” para ser inscrito na lista de património mundial.

Nesta mesma senda as autoridades angolanas trabalham no sentido de se declarar igualmente património da humanidade a localidade do Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango, palco de uma das maiores batalhas após a segunda guerra mundial.

Outro objectivo do Executivo é o de que o semba também seja declarado Património cultural e imaterial da humanidade, por constituir o ritmo musical que identifica a angolanidade na sua vertente mais elevada.

No entanto torna-se imperioso destacar os ganhos alcançados nas artes plásticas onde surgem artistas como Etona, Álvaro Macieira, entre outros que tem levado a cultura angolana, além fronteiras dignificando o país no contexto das nações.

Apesar dos ganhos obtidos é necessário valorizar os fazedores de cultura que Angola ostenta sendo eles os grandes embaixadores do país em vários domínios com realce para o fomento do turismo.

É neste sentido que o dia da cultura nacional se reveste de grande significado político e patriótico, cujo acto central este ano terá lugar na província do Huambo onde vai ser inaugurado o Arquivo Histórico nacional o primeiro  fora de Luanda, assim como a declaração do largo Agostinho Neto como património cultural nacional.

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