Notícias de Angola – O docente universitário Carlos Abreu Zua, defendeu no último sábado em Luanda, a necessidade das autoridades competentes prestarem maior esclarecimento à sociedade sobre as potencialidades do Corredor do Lobito.
Segundo o académico, que falava com estudantes da Universidade Agostinho Neto, que decorreu sob lema “A Importância do Corredor do Lobito para África Austral”, tendo realçado a falta de transparência e o envolvimento comunitário tem alimentado divisões em relação aos reais benefícios e desafios deste projecto ferroviário.
Conforme o mesmo, o potencial do Corredor do Lobito é inegável, mas é necessário garantir que a população local seja envolvida e beneficiada directamente.
De acordo com Abreu Zua, numa fase como esta é necessário que se promova um diálogo inclusivo onde as autoridades devem intensificar as campanhas de sensibilização e esclarecer dúvidas sobre a implementação do Corredor do Lobito, ao garantir que os benefícios sejam percebidos pelas comunidades.
Explicou que o Corredor do Lobito representa uma janela de desenvolvimento para Angola e para a região, conectando o país à República Democrática do Congo (RDC) e à Zâmbia, além de permitir o transporte de minério e outros produtos essenciais para a economia.
Recentemente o Presidente da República, João Lourenço, afirmou em entrevista ao jornal norte-americano, The New York Time, sobre a importância estratégica que o Corredor do Lobito tem para o mundo, pois vai ligar os oceanos Índico e Pacífico.
João Lourenço que falava no quadro da visita do Presidente norte-americano Joe Biden, disse que para além de beneficiar Angola e o continente africano, vai encurtar a ligação entre a Ásia e a América.
Sobre o Corredor do Lobito
O Corredor do Lobito é um trajecto de pessoas e mercadorias, composto por infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, que atravessa Angola do Lobito ao Luau, passando por Kolwesi e Lunbumbashi, na RDC, entra na Zâmbia, por Chingola, e termina em Ndola, onde estão as ligações ferroviárias aos portos, no Oceano Indico, Dar-Es-Salam (Tanzânia), Beira (Moçambique) e Durban (Africa do Sul).
Em 2018, quando se assumiu que o sector dos transportes seria um pilar fundamental para a diversificação económica, uma das componentes era a recuperação da importância desse corredor, que tem uma extensão de 1 289 km, até a fronteira angolana, uma distância a ser percorrida num tempo médio de 36 horas, saindo do Luau ao Lobito, sendo que a capacidade total de carga actual/mês é de duas mil toneladas.