Africa celebra o seu dia com olhos postos na resolução de conflitos 

Notícias de Angola  – O continente africano celebra neste sábado (25) o seu dia num momento em que se encontra assolado por vários conflitos armados.

Por Óscar Silva

Num continente com uma economia dilacerada, apesar de ser rica em minerais e matérias primas, as políticas levadas a cabo pelos diversos países não beneficiam os seus povos.

Esta realidade se pode constatar com os conflitos armados registados no Sudão, em que milícia dirigidas por dois generais causaram milhares de perdas de vidas humanas e o deslocamento de milhões de cidadãos para zonas reconditas das suas de origem vivendo na condição de refugiados.

A este facto se junta o conflito reinante no leste da República Democrática do Congo ( RDC)  onde os rebeldes do M23, supostamente apoiados pelo Ruanda, tem espalhado o terror na região do Kivu  Norte e central.

Para além destes dois conflitos há, lamentavelmente, necessidade de se fazer menção as acções levadas a cabo pelo Boko Haran na Nigéria, assim como do Estado Islâmico no Mali, Chade e Níger onde as populações vivem num clima de insegurança permanente.

A estes factos importa realçar , por outro lado, os golpes de estado militares registados nos últimos tempos no Mali, Gabão, Burquina Fasso, só para citar alguns exemplos, violando as constituições dos respectivos países e derrubando os governos democraticamente eleitos.

Esta conjuntura, de acordo com especialistas, tem contribuído para a dilaceração da economia africana fazendo em que uma minoria enriqueça em detrimento da maioria da população.

Por outro lado se verifica a ineficácia dos projectos preconizados pela União Africana como a criação da zona de comércio livre e a industrialização do continente.

Em relação a criação da zona de comércio livre torna-se  necessário que os 52 estados africanos adoptem medidas coerentes com vista a materialização deste objectivo.

Estas medidas passam pela adoção de novas pautas aduaneiras onde estejam abrangidos os produtos made in Africa, a diversificação da economia e livre circulação de pessoas e bens.

Neste sentido é importante  que se aposte na produção agrícola e se deixe de ser um mero exportador de matérias primas como o petróleo, diamantes, ouro, manganes entre outros minerais.

De igual modo, torna-se urgente resgatar as hegemonias outrora alcançadas pelo Zimbabwe que chegou a ser o maior produtor de grãos a sul do sahara e Angola que chegou a ser o maior produtor de café a nível mundial, assim a África do Sul que se destacou na produção de frutas e de vinho de  qualidade reconhecida.

No entanto importa referir que as grandes potências mundiais tem manifestado interesse em investir no continente com realce para a  China, Rússia e Estados Unidos da América.

Nesta demonstração de  força os Estados Unidos da América disponibilizou mais de 200 mil milhões de dólares para investimento no continente com principal realce para o Corredor do Lobito.

Esse  investimento visa encurtar o escoamento do Cobalto explorado na RDC através do Caminho de Ferro de Benguela preterindo a passagem pela África do Sul reduzindo o tempo gasto na transportação e custos desse mineral.

De acordo com o político Manuel Fernandes o investimento norte americano no corredor do Lobito tem de ser posto ao serviço dos cidadãos. Angolanos criando condições para a melhoria do seu bem estar.

Na óptica do político as grandes potências com estes investimentos procuram perpetuar a dependência económica dos países africanos, aumentando as suas  dúvidas em detrimento do desenvolvimento do continente.

” Apesar de se ter adquirido a independência política ainda não se conseguiu alcançar a independência económica devido às políticas erradas levadas a cabo pelos nossos governantes” , sustentou.

Essa realidade nos leva ao pronunciamento do primeiro presidente de Angola, António Agostinho Neto, em 1976 na cimeira da OUA quando afirmou que “África é um copo inerte onde cada abutre vem debicar o seu pedaço”.

Nesse contexto a falta da  valorização do cidadão africano muitos preferem correr o risco ao fazerem travessias para a Europa onde são explorados como mão de obra barata apesar da sua formação.

As políticas públicas erradas levadas a cabo pelos dirigentes dos diversos  países africanos tem contribuído para a fuga massiva de quadros que ao invés de porem os seus conhecimentos ao serviço dos países  africanos o põem ao dispor das potências colonizadoras.

Torna-se necessário que se mude a mentalidade dos dirigentes  com vista a posição que os mesmos tem em relação ao continente considerado o berço da humanidade.

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